POLEPOSITION

Lista de desejos para a F1 2025

Por: Sérgio Magalhães | Categoria: Esporte | 04-01-2025 05:01 | 104
Que não falte boas disputas até a última bandeirada de 2025
Que não falte boas disputas até a última bandeirada de 2025 Foto: F1

ALGUÉM QUE DESBANQUE VERSTAPPEN
Não é nada pessoal. Max Verstappen é um tremendo piloto, coroado no ano passado como tetracampeão, mas cá entre nós, nunca é legal ter apenas um vencedor várias vezes seguidas. Verstappen foi campeão em 2021, bi em 2022, tri em 2023 e tetra em 2024. Mas o holandês não é invencível. Ninguém é invencível na F1. Nem Ayrton Senna era invencível. Se não tiver o melhor conjunto carro/motor, piloto nenhum vence campeonato. Verstappen conquistou o tetra no ano passado às custas de seu talento, claro, mas principalmente da ‘gordurinha’ que acumulou no começo do campeonato quando ganhou 7 das dez primeiras etapas do ano. Depois precisou tirar leite de pedras quando a Red Bull perdeu rendimento diante da evolução de McLaren e Ferrari. E há uma turminha boa que pode desbancar Verstappen se começarem o ano com carros competitivos: Norris e Piastri na McLaren, Hamilton e Leclerc na Ferrari, e Russell na Mercedes. Faria bem à F1 a quebra de sequência com outro piloto campeão.

HAMILTON OCTACAMPEÃO COM A FERRARI
Gostaria muito de ver o maior vencedor da história com a equipe que mais desperta paixões mundo todo. Seria o maior feito da história depois de Juan Manuel Fangio nos anos 1950, o único a vencer campeonatos com 4 construtores diferentes: Alfa Romeo, Mercedes, Maserati e Ferrari. Hamilton foi campeão pela McLaren, Mercedes e agregaria muito à F1 se tornar octacampeão com a Ferrari, superando o então maior campeão da própria escuderia, Michael Schumacher. A hora de apostar seria essa. Aos 40 anos, Hamilton vai pegar a Ferrari em ascensão antes da mudança radical de regulamento programada para 2026 em que tende a desequilibrar novamente a relação de forças da F1 e nunca se sabe em que nível a Ferrari estará.

UMA BOA ESTREIA PARA BORTOLETO
O Brasil voltará a ter um piloto no grid, oito anos depois da aposentadoria de Felipe Massa. Gabriel Bortoleto, de 20 anos, cumpriu à risca sua meta de chegar à categoria máxima. Foi campeão da F3 em 2023 e da F2 no ano passado. Já é reconhecido como um dos grandes talentos da nova geração de pilotos. A conquista dos dois campeonatos de base em seus respectivos anos de estreia era até então um feito só alcançado por Charles Leclerc, George Russell e Oscar Piastri, todos vencedores de corridas na F1. Pesa contra Bortoleto o fato de nunca ter andado com um carro de F1 em sessão oficial de treinos livres e ele terá a pior equipe do grid, a Sauber. 2025 será um ano de aprendizado, sem a responsabilidade de ter que entregar resultados. O importante será ganhar expe-riência e não cometer erros que comprometam sua boa reputação. Com base no que a Sauber fez em 2024, se Bortoleto somar um pontinho aqui outro ali, estará de bom tamanho enquanto a Audi prepara para assumir o comando como equipe de fábrica em 2026.

UM CARRO COMPETITIVO PARA CARLOS SAINZ
Carlos Sainz merecia muito mais que um cockpit da Williams depois de ficar à espera de oportunidade melhor que não apareceu desde que se soube que não ficaria na Ferrari para a chegada de Hamilton. Mercedes e Red Bull perderam uma grande chance de contar com o ótimo piloto espanhol. Por outro lado, a Williams ganha muito com a chegada de Sainz formando uma dupla forte com Alex Albon. Torço para que a equipe liderada por James Vowles entregue um carro competitivo para seus pilotos. Me deixaria muito feliz ver Sainz no pódio com a Williams.

CAMPEONATO DISPUTADO PAU A PAU ATÉ O FIM
2025 antecede uma grande mudança de regulamento para 2026. A temporada passada teve 7 vencedores de quatro equipes diferentes e cada um deles venceu pelo menos duas corridas. O último grid de 2024, em Abu Dhabi, teve os 20 carros separados por menos de 1 segundo no primeiro bloco da classificação (Q1). E como todos os projetistas já estão de olho em 2026, a tendência é de que o campeonato comece muito parecido com o que terminou, com muito equilíbrio entre as equipes de ponta e uma aproximação do pelotão de trás. Isso me faz sonhar com outro campeonato decidido na última volta da última corrida como em 2021.