RECORDES EM 2024

Dengue atinge recordes alarmantes em 2024 e mobiliza Secretaria de Saúde

Com 7.056 notificações e 7 óbitos, Prefeitura de Paraíso intensifica ações de combate ao Aedes aegypti, apostando em conscientização, tecnologia e parcerias
Por: Ralph Diniz | Categoria: Cidades | 15-01-2025 09:53 | 51
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasi

O ano de 2024 ficará marcado como um dos mais alarmantes na história da saúde pública brasileira, devido à explosão de casos de dengue em todo o País. De acordo com dados do Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde, o Brasil registra 6.652.053 casos prováveis da doença até 28 de dezembro, superando todos os recordes anteriores. O número impressiona não só pela quantidade de infecções, mas também pelas mortes: 6.022 óbitos já estão confirmados, número cinco vezes maior que o recorde de 2023, quando foram contabilizadas 1.179 mortes. Além disso, 902 óbitos seguem em investigação.

Esse cenário catastrófico não poupa Minas Gerais, que é o segundo estado mais afetado, com 1.695.024 registros e um coeficiente de incidência de 8.252,8 casos por 100 mil habitantes, ficando atrás apenas do Distrito Federal. A gravidade da situação no estado reflete diretamente em municípios como São Sebastião do Paraíso, que enfrenta um recorde histórico: foram 7.056 notificações no período, das quais 4.959 confirmam casos positivos. Além disso, o município registra 113 internações e 7 mortes relacionadas à doença, números que evidenciam a necessidade de ações urgentes para conter o avanço do mosquito transmissor, o aedes aegypti.

Diante desse panorama, a Secretaria Municipal de Saúde de São Sebastião do Paraíso implementa um plano para evitar que os índices alarmantes de 2024 se repitam. O secretário municipal de Saúde, Adriano Lopes da Siqueira, explica que o município iniciou ações preventivas de bloqueio do mosquito em parceria com o Estado, visando conter o surto antes mesmo que ele comece.

“Sabemos que a luta contra a dengue exige um esforço conjunto. A Prefeitura, por meio da Vigilância em Saúde, realiza ações preventivas durante todo o ano, mas, nos meses de janeiro, fevereiro e março, o período chuvoso agrava a situação. Este ano, estamos reforçando o bloqueio do mosquito, e nossas metas são ambiciosas: reduzir os casos como conseguimos fazer em 2024 em relação a 2023,” afirma.

Entre as estratégias mencionadas pelo secretário estão visitas regulares às residências, ações educativas, e o fortalecimento da atuação dos agentes de combate a endemias. A coordenadora de Vigilância em Saúde, Fernanda Spósito, detalha o plano da secretaria para este ano. Segundo ela, o foco está na intensificação das ações de campo, com atividades específicas em bairros de maior incidência.

“Estamos organizando mutirões em regiões críticas, baseados no nosso índice de dengue. Também vamos realizar pitstops e campanhas educativas em escolas e outros espaços, utilizando diversos veículos de comunicação para alcançar o maior número de pessoas possível,” explica.

Além disso, Fernanda Spósito destaca o uso de novas tecnologias no combate ao Aedes aegypti, incluindo o apoio de drones para monitorar áreas de difícil acesso e possíveis focos do mosquito. “A inovação será uma aliada este ano. O drone nos ajuda a identificar criadouros em locais onde os agentes não conseguem chegar, o que vai aumentar nossa eficiência,” diz.

Outra frente importante, segundo Fernanda, é a capacitação constante dos agentes de saúde e as parcerias com outros setores da Prefeitura e órgãos estaduais. “O Comitê de Arboviroses tem nos apoiado com sugestões valiosas para enfrentar essa epidemia. À medida que os desafios forem surgindo, ajustaremos nossas estratégias para corrigir fragilidades e fortalecer o enfrentamento,” ressalta.

Apesar das ações estrutu-radas pela Secretaria de Saúde, a colaboração da população é decisiva para o sucesso das estratégias em 2025. A eliminação de criadouros do mosquito dentro das residências e em quintais é fundamental para conter a proliferação. “A dengue é uma doença que começa no ambiente doméstico. Contamos com cada cidadão para manter os quintais limpos, evitar água parada e receber nossos agentes de saúde em casa,” pontua a servidora.

A Prefeitura também pede que os moradores denunciem possíveis focos do mosquito, como terrenos baldios ou áreas com acúmulo de lixo, para que as equipes possam agir rapidamente. “Estamos lidando com um problema que é de todos. Juntos, podemos evitar que 2025 repita o drama vivido no ano passado,” comenta o secretário.

Com essas iniciativas, a Secretária de Saúde pretende virar a página e superar os desafios enfrentados em 2024. Para o chefe da pasta, as medidas de bloqueio, o uso de tecnologia, os mutirões e a mobilização da comunidade oferecem uma esperança real de que o município consiga conter a epidemia. No entanto, ele deixa claro que o enfrentamento da dengue exige vigilância constante e um esforço conjunto de toda a sociedade. “O desafio é grande, mas estamos confiantes de que, com ações coordenadas e a participação ativa da população, será possível alcançar resultados positivos e preservar vidas”, conclui o secretário.