DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO

Secretário de Desenvolvimento Econômico fala sobre trabalhos desenvolvidos por sua pasta

Por: João Oliveira | Categoria: Política | 25-10-2017 09:10 | 5828
Cidinha concordou com as falas sobre união, mas disse que conduta da Prefeitura não condizia com os apontamentos
Cidinha concordou com as falas sobre união, mas disse que conduta da Prefeitura não condizia com os apontamentos Foto: ASSCAM

O secretário de Desenvolvimento Econômico Ulisses Araújo usou a tribuna na sessão da Câmara de segunda-feira (23/10) para falar sobre os trabalhos que vem sendo desenvolvidos por sua pasta, entre eles a priorização do folclore regional para alavancar a imagem de Paraíso e do turismo, visando implementar a arrecadação de receita via ICMS Turístico.
Também falou de projetos que visam o desenvolvimento de lideranças dentro da própria Prefeitura. É “dentro de casa que devemos começar a pensar empreendedor, pensar macro”, ressaltou. “É um estímulo que estamos tentando fazer para conseguir fazer os servidores os mais profissionais possíveis. Já é, nós sabemos que o servidor de Paraíso é diferenciado e é uma prefeitura que é referenciada, mas é sempre bom reciclar”, disse.
Ulisses comentou sobre projeto junto ao Sebrae que busca mapear as empresas que são “enraizadas” no município para que haja um investimento certo e, por sua vez, que possa ajudar a alavancar a economia local. Citou também parceria com a Acissp que vem ajudando muito nesta questão e que junto à associação há tratativas para a possibilidade de criação do primeiro condomínio industrial do interior de Minas. “A ideia é o empresário entrar com a parte das terras; a Prefeitura está trabalhando toda a parte burocrática para que se consiga fazer esse desenho do novo espaço”, disse, ao destacar que é uma forma de gerar empregos sem que se onere o município.
Ulisses fez referência a situação “herdada” pela atual gestão e que, segundo destacou, graças aos servidores está caminhando para avanços. Ele citou situação delicada que vive a economia nacional e agravantes para o município, que segundo afirma, não tem recebido os repasses necessários por parte do estado e que tem situação agravada pela dívida contraída na troca de gestões.
Entre os avanços citados por ele pela atual gestão, está o tentar “devolver o respeito ao servidor público com a regularização da folha de pagamento”. “Nesta mesma época, no ano passado, havia duas folhas de pagamento atrasadas, além do Inpar, e hoje estamos conseguindo pagar dentro do mês”. Ulisses falou das estratégias do município para a redução das dívidas do município entre outras questões envolvendo a administração municipal. Ele ressaltou o trabalho da equipe e agradeceu aos servidores presentes pelos avanços que ele atribui a atual gestão.



 



CRÍTICAS
Quem puxou o debate foi o vereador Sérgio Aparecido Gomes, que citou a Lei Orgânica ao dizer que diante das discussões que houve em reunião passada, que envolveu o nome do secretário, seria justo ele ocupar a tribuna para prestar esclarecimentos e também se defender de algumas alegações feitas pelo presidente da Casa. Ele comentou as situações expostas pelo secretário, citando que, de alguém forma, todos os presentes em plenário buscam o melhor para a comunidade. “Foram citados problemas que você (Ulisses) supostamente poderia ter praticado e a melhor forma de estar resolvendo a questão é trazer o secretário ao plenário para explicar e se defender e também, se você fez o que foi mencionado, dar a sua versão”, disse.
O vereador José Luiz das Graças comentou algumas questões pontuadas pelo secretário e aproveitou a oportunidade para cobrar cronogramas de pagamentos dos servidores e citou que não recebeu resposta de ofício encaminhado em março, onde ele faz o pedido. “Isso nos assusta porque até onde eu sei, hoje foi pago salário dos servidores que recebem até R$2,5 mil. Eu não posso deixar de falar nesta Casa, mais uma vez, que se compras fossem feitas buscando vantagem para o município, eu tenho certeza que a situação do município seria melhor”, disse, falando de outros gastos do município, como o convênio com a Intelli e também o pagamento das rescisões da gestão passada.
O secretário Ulisses comentou as falas do vereador e disse que a atual gestão não está tentando deixar a cidade em situação difícil, mas que ela já estava assim, que o governo municipal vem lutando para mudar essa realidade. Ele citou a questão das rescisões e disse que não poderia passar cronograma de pagamento porque não há a certeza de como e quando isso poderá ser feito por falta de receita, além de rebater algumas críticas do vereador, dizendo que o investimento na Intelli é investimento em saúde e que a discussão sobre itens da merenda é uma conversa para se ter na CEI.
O vereador Vinício Scarano disse que não haverá denominador comum entre os poderes enquanto não houver diálogo ou enquanto projetos importantes para o desenvolvimento da cidade não forem deliberados. “Nós fomos eleitos para discutir projetos, para relatar a Lei Orgânica. Temos total abertura para falar com qualquer servidor municipal. O que não estamos conseguindo, e deveríamos a partir do momento em que o secretário veio para prestar contas, é estreitar o relacionamento entre Câmara e Prefeitura, partindo da autônima e da harmonia entre os poderes, discutindo uma pauta com projetos interessantes para a nossa cidade. Tem muita coisa ruim acontecendo, mas é muito fácil ficar apontando erro e não dar solução nenhuma”, disse, em resposta a José Luiz. A fala do vereador foi ovacionada pelo plenário lotado.
Vinício disse ainda que era importante destacar algumas falhas e que o Executivo não tem que ficar chateado com isso, mas que é preciso contrapor e ter um diálogo. O vereador José Luiz tentou debater as falas de Vinício e precisou da intervenção do presidente, que disse que isso acarretaria mais discussões e os demais vereadores também iriam se pronunciar. 
A vereadora Cidinha Cerize levantou algumas questões envolvendo as falas de vereador e do secretário de Desenvolvimento Econômico sobre em haver diálogo entre Câmara e Prefeitura. “Como nós podemos dizer que queremos conversar se o próprio Executivo nos coloca contra o funcionário, se o próprio Executivo diz que a Câmara é culpada de algumas questões que é função dele. Eu estou aqui para somar, mas com seriedade. Eu leio, eu estudo, sou bem tratada pelos secretários, pelos servidores e o que a gente pede é que as conversas sejam claras, transparentes, sem essas distorções”, criticou. Cidinha disse ainda ao secretário que o diálogo é um desejo da Câmara, mas as atitudes do Executivo são contraditórias e que ela e os outros vereadores estão abertos a conversar. 
Marcelo questionou o secretário,  em que momento a Câmara estaria atrapalhando os trabalhos do Executivo e citou palavras da vereadora Cidinha, sobre se falar em diálogo e harmonia entre os Poderes, mas que vereadores não são convidados para discutirem algumas questões, entre elas envolvendo a implantação da Ufla em Paraíso. Marcelo também comentou ofício enviado na última semana, onde o prefeito teria dito que ele estaria “tentando intimidar servidores sob o pretexto de fiscalizar”. 
As falas se prolongaram até o vereador citar que não está ali para brigar, mas se acontecer não pode deixar de “responder a altura”. Marcelo fez algumas críticas, entre elas dizendo que “algumas pessoas da administração pública parecem não saber lidar com vereadores atuantes”, completou.