Lázaro Garcia de Souza, não nasceu em Paraíso. Chegou aos sete anos junto a seu pai. Até então morava com seus avós em Goianazes onde nasceu, município de Capetinga. Aos 80 anos, conforme diz “bem vividos, graças a Deus”, Lazinho é paraisense de coração, presença notada e aguardada diariamente, em diversos pontos da cidade, por conta de sua atividade.
Ainda criança, viajou “um pouco” com seu pai. Depois, a exemplo de muitos adolescentes de sua época, passou por verdadeiras escolas práticas no comércio de Paraíso, estabelecimentos que eram referência no encaminhamento de futuros comerciantes. Aos oito anos foi trabalhar com o senhor Júlio Símaro, depois na Casa Bueno, do saudoso Pedrinho Bueno, Casa Queiroz (Clínio e Pedro Crivelenti), e com Wenceslau Abrantes, numa loja que ficava na Praça Comendador José Honório, local onde depois deu lugar a agência bancária.
Assim que foi inaugurada a estação rodoviária na Praça João Batista Teixeira, onde está instalada a Biblioteca Municipal Professor Alencar Assis, Lazinho trabalhou como cobrador de ônibus na Empresa Santa Cruz, de Batatais. Depois passou por outra “escola”, o Posto Brasil, de Antônio Piccirillo. Fez o serviço militar no Tiro de Guerra, e foi atraído pela oportunidade de trabalhar na construção da Hidrelétrica de Furnas, onde esteve por cinco anos, quando se casou. Quando a empresa começou dispensar os trabalhadores, Lazinho pediu para ser demitido e retornou para São Sebastião do Paraíso, onde fincou raízes.
E a experiência adquirida com os tradicionais comerciantes muito lhe valeu. Montou um bar na esquina das ruas Pimenta de Pádua e Genaro Joele, local aconchegante, de bons petiscos, e para colocar boa prosa em dia.
Depois de dez anos “com a barriga no balcão” achou que era hora de mudanças, e passou a fazer um giro diário pela cidade, vendendo a princípio, salgados, depois moranguinhos com chocolates, e brigadeiros.
“Onde está o freguês, eu vou”, disse. E vai mesmo. Mesmo sabendo que algumas pessoas não comem doces todos os dias, religiosamente Lazinho cumpre uma rotina que se inicia por volta de 13h30, um percurso que compreende uma caminhada com início pela Mocoquinha, imediações da Santa Casa, pela área central da cidade, Praça São José, e depois em sentido contrário tendo como referência o Colégio Paula Frassinetti, já nas proximidades de sua residência, isto já beirando às 19 horas.
“Além de uma ginástica, é uma distração e o mais importante, o contato com as pessoas”, explica.
Sobre a aniversariante, São Sebastião do Paraíso, ele observa ser uma “cidade privilegiada. Não temos enchentes, desmoronamentos, é ótima. Quanto à saúde está razoável, mas pode melhorar”.
No seu ponto de vista, há de se dar mais atenção à segurança pública, com ações mais ostensivas, e a efetiva presença de policiais em giros constantes. “A periferia está ficando perigosa”, observa.
Outra observação feita por ele é sobre o aumento do número de pedintes, “pessoas que chegam, e não se sabe de onde vem e para aonde vão e deveriam ser identificadas, se fazer uma triagem”.
Lazinho é paraisense de coração.