Nem o tempo implacável e glacial, consegue fenecer as emoções vividas pela comuna: a urbe faz natalício.
Num mundo loucamente envolvido pelo pragmatismo materialista, com contradições e guerras onde o tonar contínuo dos canhões espanca cruelmente as melhores esperanças, assistimos nossa cidade amanhecer fazendo aniversário. Feliz, descontraída, onde o bimbalhar dos sinos da matriz esparrama pela praça pontilhada de momentos, que o carrilhão de ontem pincela das saudades...
Parques e praças floridas, num clima altamente saudável, plantada num ponto geográfico ameno, longe das intempéries mais cruéis que marcam e cicatrizam.
Emoldurada pela natureza tão pródiga desde o arrebol até o crepúsculo, ela se torna dançarina de ilusões, marcada pelo bucolismo de cidade sonho, cidade paz, cidade criança protegida pela piedade de uma cruz.
À noite feericamente iluminada com seus filhos reunidos, a cidade se engalana, se veste de primavera e entoa uma canção de amor para aqueles que de longe vêm e para aqueles que longe vão.
Pelo menos, hoje, sejamos otimistas: vamos dizer juntos, parabéns Paraíso.
OLAVO BORGES, fundador da Academia Paraisense de Cultura