196 ANOS PARAÍSO

Acissp ajuda aos pequenos a se tornarem fortes na economia

Por: Roberto Nogueira | Categoria: Cidades | 25-10-2017 11:10 | 1531
Artesanato e marcenaria são setores de arranjos produtivos que estão em desenvolvimento na cidade
Artesanato e marcenaria são setores de arranjos produtivos que estão em desenvolvimento na cidade Foto: Reprodução

Em meio a uma situação econômica instável, a sobrevivência principalmente das pequenas e médias empresas tem se tornado um desafio para empresários e empreendedores. O setor de comércio e serviços de São Sebastião do Paraíso vem tentando se consolidar como mais uma das forças que sustenta a economia do município. Ao lado destas pessoas a Acissp (Associação Comercial, Industrial, Agropecuária e de Serviços) vem realizando uma série de ações que visam fortalecer os chamados “núcleos setoriais” que estão despontando, oportunizando alternativas a estes segmentos para a busca conjunta de soluções para seus problemas e dificuldades. 
O presidente da Acissp, Ailton Rocha de Sillos, não se cansa de estar sempre à frente de cada iniciativa e das ações para manter o comércio sempre ativo e revigorado. “Nós temos procurado estar junto do empresário em todos os momentos, em todas as circunstâncias, seja nas horas fáceis ou nas horas difíceis, não podemos desanimar”, afirma. 
Sillos explica que Paraíso já teve um arranjo produtivo no setor de confecção de lingerie. “Quando você tem um arranjo bem definido, ele puxa e atrai outros fatores e setores com afinidades”, define e exemplifica que Franca tem no setor calçadista o seu arranjo. Os empresários locais estão participando do Projeto Empreender que está realizando este levantamento para identificar empresas e empreendedores que possuem a mesma afinidade.
Através do projeto desenvolvido em conjunto com a Federaminas e a Confederação das Associações Comerciais e Empresariais de Minas e com apoio do Sebrae,  a Acissp adotou o programa  que visa fortalecer as empresas, reunindo empresários dos mesmos segmentos comuns para buscarem soluções conjuntas e ao mesmo tempo proporcionar o crescimento destas empresas. “Os municípios precisam fazer o levantamento dos seus arranjos produtivos que são os ‘núcleos setoriais’ para realizarem um trabalho conjunto”, comenta.
Implantado no Brasil há mais de 20 anos, o projeto já atendeu 70 mil empresas e é reconhecido internacionalmente, tendo inclusive recebido recursos e investimento do exterior. “Em Paraíso já identificamos alguns setores como marceneiros, cabeleireiros, confecções, fornecedores de alimentos, produtores de hortifrutis e artesãos que estão aqui conosco participando deste processo de capacitação”, diz. Aos participantes está sendo oferecido todo o suporte para o desenvolvimento das micro e pequenas empresas. “É uma iniciativa fundamental para o construirmos os novos pilares da economia do nosso município e que vai fomentar e fortalecer e fazer crescer a economia valorizando principalmente os pequenos e médios empresários”, assegura.
Cada grupo de empreendedores potenciais está recebendo atendimento especializado para a sua estruturação. “Hoje quando se cria um arranjo produtivo deve-se fazer com que o empresário invista na participação para valorizar aquilo que está sendo oferecido e nós também da forma como podemos concedemos o nosso apoio, vamos atrás de outros investidores para que o custo total não pese para nenhuma das partes envolvidas, porque sozinhos torna-se inviável prosseguir”, relata.
Sillos comenta que há menos de uma década a Acissp encomendou um estudo realizado pelo economista e ex-ministro da Fazenda Paulo Haddad, que foi contratado pelo Sebrae. “Chegamos a realizar o levantamento dos arranjos produtivos, mas no momento em que o projeto deveria ser implantado, houve a mudança na política e quem assumiu não teve interesse em implementar. Nós da associação sozinhos não tivemos condições de tocar e com o passar do tempo ele acabou se perdendo”, lamenta.
Do novo trabalho os empreendedores estão custeando parte dos investimentos e o projeto está avançando. Entre as ações conjuntas. estão sendo desenvolvidas como pesquisas, fundamentações de estratégias, análise de mercado e compras, entre outras medidas. Com a ajuda de consultores especializados as tomadas de decisões ocorrem com o auxílio de especialistas. “Isso se torna mais seguro, há mais chances de acertar e reduzem-se as possibilidades de erros e prejuízos”, argumenta. 
Até a busca de recursos e das respostas para os desafios que aparecem o trabalho conjunto conta com o apoio e parceria de órgãos como o Sebrae, Senai e outros para se viabilizar soluções. “Hoje o pessoal está mais atento. Não basta alguém chegar e dizer que este ou aquele empreendimento é a bola da vez que vai sair todo mundo correndo para aderir ao que está sendo anunciado”, explica. Ailton Sillos reforça que é preciso muita análise de mercado, avaliação de todas as possibilidades e estrutura existente. “Temos no município o aspecto da fruticultura, um segmento forte, mas, antes de sair plantando frutas é preciso avaliar questões como clima, transporte, mão de obra, mercado e uma série de fatores. Assim também acontece em outras áreas, senão vai ser prejuízo na certa”.
Outro exemplo de sucesso em Paraíso é a parte dos hortifrutis. “É um trabalho bem feito e que continua sendo conduzido pela Prefeitura. Antes não havia demanda. Devagar eles foram se estruturando tiveram apoio, assistência, o mercado se abriu e estão se consolidando”, descreve. Sillos cita ainda que fator importante neste setor foi o fato dos produtores terem trabalhado para aumentar  e diversificar a produção. “Se não houver escala e diversidade, torna-se inviável”, completa. 
Para o presidente da Acissp, além das grandes empresas serão os arranjos produtivos quem vão ajudar a sustentar a economia. “Os empresários estão mudando a filosofia de trabalhar, hoje não existe estoque. Antes você chegava à loja comprava, por exemplo, uma quantidade de piso e já levava. Hoje para o produto chegar leva de 20 até 30 dias. e assim você pode comprar em qualquer lugar”, compara Ailton Sillos. O foco da associação segundo ele é possibilitar facilidades, as tendências mudam e não se pode ficar atrás. 
Além de especializar o mercado, outra medida que tem ajudado a fortalecer os pequenos empreendedores foi a criação da Lei Geral da Micro-empresa. “Foi uma proposta defendida pelo deputado local, Carlos Melles. Isso ajudou aos empreendedores saírem da informalidade, muitos pequenos empresários conseguiram avançar e atuam dentro da legalidade e isto abrange vários setores”, comemora. 
Segundo Ailton Sillos, hoje as mais diversas atividades estão sendo vistas com outros olhos. “O pessoal está sendo respeitado, está crescendo e hoje as pessoas com este apoio que existe estão com mais coragem de entrar no mercado e gerar emprego. É óbvio que para isso precisam estar preparadas e esta preparação nós estamos oferecendo a quem queira se estabelecer de forma segura e convincente”, finaliza.