Para quem já saiu de sua terra natal, retornar pode trazer imagens à tona, antes pouco percebidas...
Desço pelo pequeno pomar, o cheiro de eucalipto se confunde com os manacás recém floridos. Chego à beira do “corguinho” e sou convidado para um banquete. As primeiras amoras brilham convidando ao deleite. Começo pelos galhos de fora, uma, duas, dez, vinte... O sol está quente e me refugio na parte interna da frondosa amoreira. Ali a sombra é convidativa!
Degusto muitas, diversas, dezenas, talvez centenas de frutinhas roxeadas e suculentas. Algumas caem ao chão, no que são devoradas por Fred e Junin, companheirinhos de quatro patas que me acompanham na aventura. A bacia vai enchendo, ouço um estalar. Esbarrei levemente em um de seus frágeis galhos e algumas frutinhas mergulham na água do córrego, emitindo um delicioso sonido.
Olho para o céu e agradeço... Minha terra tem ipês, paineiras e amoreiras. Como sou grato de ser brasileiro, mineiro, paraisense!
No mês em que completa 196 anos desde a doação das terras para a capelinha, meu desejo é que a tratem com amor e carinho, olhando por todos com igualdade e respeito, pois só quem ama cuida!
REYNALDO FORMAGGIO - Pres. da Academia Paraisense de Cultura