ANIMAIS

Pesquisador identifica várias espécies de pássaros e animais no Parque da Serrinha

Por: Roberto Nogueira | Categoria: Cidades | 23-11-2017 09:11 | 11248
Diversas espécies foram encontradas e fotografadas no Parque da Serrinha em Paraíso
Diversas espécies foram encontradas e fotografadas no Parque da Serrinha em Paraíso Foto: José Tadeu Quintino

O Parque da Serrinha é um dos locais em São Sebastião do Paraíso de maior concentração de espécies de pássaros e outros animais. Devido a sua composição como área remanescente de Mata Atlântica o lugar é considerado um verdadeiro abrigo onde segundo pesquisadores e observadores são encontradas cerca de 90 espécies de pássaros, oito mamíferos e onde existe um verdadeiro laboratório ao vivo para aulas de Ecologia, Meio Ambiente, Ciências e Biologia. O aposentado José Tadeu Quintino é um dos conhecedores do parque e confirma já ter registrado a presença de várias espécies.
Criado em 5 de junho de 2001 o Parque da Serrinha é considerada por lei uma APP (Área de Preservação Permanente) que fica a cerca de três quilômetros do centro da cidade. Ao todo o território possui 17 hectares sendo oito de Mata Atlântica. Da flora estão catalogadas algumas espécies nativas como Jacarandá, Jequitibá, Cedro, Pau Brasil, Ipê Amarelo, Canela, Embuia, Paineira, Figueira entre outras. Quanto à fauna há registro da presença de 90 tipos de pássaros, oito mamíferos e uma infinidade de insetos.
José Tadeu visita o local com frequência e foi nestas idas que passou a registrar através de fotografias variados tipos de pássaros. O gosto de passear na natureza é fruto do trabalho que realizou por 30 anos enquanto funcionário da empresa Votorantim, onde desenvolveu atividades ligadas ao meio ambiente. “Hoje aposentado este contato com o meio é um hobby, assim como exponho meus registros em fotografia na página do wiki aves, a enciclopédia do Brasil para todo o mundo”, comenta.
Através deste contato com o universo de pesquisadores, expositores, estudiosos das plantas e animais é que José Tadeu tomou gosto e passou a ser um dos observadores da fauna e flora. “Foi pelo contato com outras pessoas  e lugares de todo o Brasil que também iniciei”, diz. 
Em Paraíso existem 348 espécies catalogadas, não só por ele, mas também por outros amantes da natureza. “Pelo trabalho que fazemos a cidade é a segunda maior em número de registros do Estado de Minas Gerais”, destaca. Somente pelas lentes de José Tadeu em Paraíso já foram observados pássaros como o inhambu-chororó, codorna amarela, anhuma, irerê, marreca-cabocla, pato do mato, pé vermelho entre dezenas de aves. Também foram registradas imagens do gavião da cauda curta, tan-gará, tinga, borralhara, muris-co, macaco mico, cobra cascavel, lagarto tiú entre vários fotografados por ele.
Conforme o observador, Paraíso tem um território muito amplo que no raio de 25 a 30 quilômetros são registrados vários biomas. “Temos um pedacinho de Mata Atlântica, como no Parque da Serrinha, o Cerrado e o Chapadão. Em cada lugar deste encontramos aves características, matas ciliares, matas secas por isso a variação e diversidade de outros animais e não só pássaros”, descreve. De acordo com os registros, no município já foram encontrados animais como quati, gato morisco, macaco prego, macaco bugil, mico, cobras, lebres, capivara e outros.
Ainda de acordo com José Tadeu a presença de tantas espécies no parque e em outras regiões dentro do município não é nem caso de preservação. “São áreas de refúgio e que hoje estão sofrendo muito com o avanço dos canaviais, outras culturas, pastagens e o desmatamento provocado pelo homem”, explica. Em função disso tem se tornado comum algumas espécies serem vistas em áreas urbanas. “Temos a foto de uma siriema atravessando uma faixa de pedestre dentro da cidade. Nós é que não somos educados e estamos avançando sobre o território dela. O crescimento da área urbana e o envolvimento da área rural influenciam muito nisto”, justifica.
Tadeu demonstra preocupação com esta situação e afirma que a resistência é a lei natural da sobrevivência da vida. “Os animais, as aves, as plantas têm de se adaptar para não irem a extinção”, diz. No entanto, o observador alerta sobre a necessidade de conscientização das pessoas para com o meio ambiente no sentido de preservar a fauna e a flora. “O ser humano a cada dia contribui para a devastação do meio em que vive, é preciso mais educação e respeito para que não ocorra tanta destruição”, opina.
Para José Tadeu o Parque da Serrinha é uma pequena partícula onde já vem sendo realizado um trabalho interessante de educação. “As crianças são levadas lá onde assistem aulas sobre meio ambiente, conhecem o lugar e são ensinadas a desfrutar e preservar tudo o que lá existe. Certamente serão adultos mais conscientes no futuro e a fauna e a flora terão mais chances de sobrevivência”, afirma.
Ele defende um trabalho de conscientização mais intenso junto à comunidade. “Precisamos atrair mais e mais pessoas para esta causa”, convoca. Pelo menos de sua parte José garante que continuará atuando registrando as espécies, colaborando para o plantio de árvores e garantindo o espaço para a sobrevivência das plantas e dos animais. “É um caminho que não tem volta. Isso faz parte de cada um, da sensibilidade, da visão vu ser um defensor ativo, constante enquanto vida eu tiver”, finaliza.