A Escola Municipal Campos do Amaral realizará na próxima sexta-feira, 24, a partir das 8h30 a segunda edição da Feira do Livro. O evento é parte integrante do projeto que é realizado na escola durante as aulas de Literatura. “Criamos a moeda Amaral a partir da qual as crianças trabalham várias questões relacionadas à economia, educação financeira e uma série de valores que se bem praticados vão servir para os alunos durante a vida toda”, descreve a professora Luzia Helena Guimarães Pereira. Segundo a diretora Elainy Cristina dos Santos Lisboa os resultados estão sendo tão positivos a ponto de influenciar no aprendizado e favorecendo o desenvolvimento de outros projetos como a Feira do Livro, destaca.
A professora disse que projeto desenvolvido pelo segundo ano consecutivo tem o envolvimento de todos os alunos da escola desde os estudantes do primeiro ao quinto ano. Também participam os alunos da EJA (Escola de Jovens e Adultos). Ela afirma que a proposta é marcante na vida dos estudantes que aprendem a lidar com o aspecto financeiro. “Criamos uma moeda própria que é o Amaral. O bom comportamento é uma forma de adquirirem recursos dentro do projeto, através de um sistema que é semelhante ao funcionamento de um semáforo”, conta.
Para cada atividade desenvolvida o aluno recebe uma espécie de estrelinha conforme o comportamento. “A verde é para quem participa das atividades. Aquele que esquece dos deveres, por exemplo, recebe a amarela. Se houver alguém com comportamento ruim recebe a vermelha e isso é uma forma de também trabalharmos a disciplina”, cita.
Outra maneira dos alunos conseguirem o Amaral é através das doações de livros. “Eles doam livros usados e recebem Amaral em troca”, informa a professora. No dia da feira eles utilizam todo o dinheiro arrecadado para comprar os livros arrecadados. “Fazemos um trabalho com o comércio no entorno da escola e também junto a alguns órgãos como o Sicoob, a Secretaria de Educação, a Câmara Municipal, onde é deixada uma caixa que tem um ofício solicitando doações de livros que vão ser expostos na feira onde os meninos poderão fazer as suas compras”, explica Luzia Helena.
Durante este período também as professoras trabalham em sala de aula todos os valores do cooperativismo como a igualdade, equidade e liberdade. Além disso, eles conhecem a família do dinheiro em que ensinam economia, aprendem a poupar, a empreender assuntos que são temas que muito focados no projeto e principalmente a cidadania.
A questão da educação financeira é trabalhada dentro do projeto no sentido de ajudar os estudantes a compreender tanto as questões pessoais como o aspecto social, o empreendedorismo. “O nosso propósito é tentar fazer com que eles cresçam já tendo o conceito de valorização do que adquirem, não gastar de forma desnecessária”, comenta a professora. Um aluno com bom comportamento e participação ativa pode reunir até 20 Amaral ao mês, valor suficiente para adquirir de três a quatro livros.
O foco do trabalho da biblioteca é trabalhar a leitura. “Atuamos com os pontos de encantamento, trabalhamos vários aspectos como texto e contexto, os personagens é algo muito rico” diz Luzia. De acordo com a professora pode ser claramente percebido nos alunos uma reação muito positiva. “As crianças demonstraram interesse e estão valorizando o Amaral, se preocupam em conhecer melhor os estilos literários”, acrescenta. Eles também tiveram a oportunidade de conhecer o universo infantil. “Chegamos à poesia e cada criança pode produzir uma estrofe de cinco versos, focada nos valores do cooperativismo. O aprendizado é intenso, cheio de fatos misteriosos do jeito que eles gostam”, descreve.
Conforme a diretora Elayni Lisboa a comunidade paraisense está convidada a participar da Feira do Livro. “Este trabalho tem um fator diferenciado, as crianças vivenciam, os adultos também e todos aprendemos juntos. É uma parceria que envolve as escolas estaduais, municipais e particulares e que traz um ganho muito grande à toda sociedade”, define. Segundo ela a expectativa é de que com o projeto de origem a pessoas mais cooperativas e participativas. “Importante ter uma visão do outro, sair do círculo próprio e enxergar além de si. Todos estão convidados”, finaliza.