Quatro alunos da Escola Estadual Paraisense, de São Sebastião do Paraíso, foram medalhistas na segunda fase da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP) e outros sete tiveram menção honrosa pela participação e bons resultados na prova que, segundo destacaram os alunos, estava mais difícil que nos anos anteriores. Luiz Fellipe Azevedo Cândido, de 14 anos, aluno do 8º ano, foi o único da região a conquistar uma medalha de ouro e atribui o resultado ao empenho e esforço para participar do desafio que, conforme ele mesmo esperava, não seria fácil.
De acordo com Luiz, o desafio foi novo e ele não esperava conseguir chegar tão longe. O aluno, que já participou de edições anteriores da prova e também obteve bons resultados, foi convocado para a 3º fase da Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM), desafio que é voltado para estudantes dos ensinos Fundamental, Médio e Superior, das instituições públicas e privadas de todo o Brasil.
"Para mim foi uma surpresa. Também já fui medalhista de bronze em edição anterior. Esse ano foi uma prova um pouco mais difícil. Agora passei para a terceira fase e fiz a prova, é esperar o resultado para saber se fui classificado ou não. Espero ficar entre os primeiros, estudei muito", destaca o aluno que também tem obtido bons resultados nas notas na escola.
Para a mãe do aluno, Renata Azevedo, o resultado é fruto de um esforço que vem desde muito cedo. "Ele é esforçado desde pequeno, nunca deu trabalho na escola, foi uma criança e é um adolescente bem calmo, nos ouve muito e, tanto eu quanto o pai, cobramos bastante também; se cobrando as coisas são bem difíceis, imagina se não o fizermos. Como mãe eu fico muito orgulhosa", destaca.
Outros três alunos também conseguiram um bom destaque na prova: João Pedro Cardoso de Paula, medalhista de prata; Pedro Antônio Cunha e Saul de Souza Duarte, medalhistas, de bronze. Para João Pedro, de 14 anos, o resultado foi muito positivo. "A gente se empenha, estuda bastante e quando consegue um resultado assim é muito satisfatório", destaca o aluno, que já foi medalhista de ouro e prata em edições anteriores da prova.
O aluno Pedro Antônio, do 7º ano, o mais comunicativo e agitado entre os quatro, confessa que não estudou muito, mas isto não impediu que ele se classificasse na primeira fase e obtivesse bom resultado na segunda. Os professores dos estudantes destacam a facilidade que ele tem para aprender e que tem potencial para ir muito mais longe.
"A prova em si foi muito difícil, e foram cobradas algumas matérias que tive um bom desempenho; acreditei que não teria bom resultado, mas foi o contrário. Minhas notas são boas em sala e esta é uma conquista muito significativa para nós, que desde pequenos estamos obtendo bons resultado", opina o estudante que já é premiado com sua segunda medalha de bronze em participação da Olimpíada.
Saul de Souza Duarte, o mais tímido entre os quatro, também medalhista de bronze, ressalta que a prova vem aumentado o nível de dificuldade a cada ano e que se empenhou conseguir bom resultado, participando das aulas extras e do Projeto de Iniciação Científica (PIC), um programa que coloca os alunos em contato com aspectos da Matemática que não são vistos em sala de aula. "Eu também fiquei muito feliz com os resultados. Essa é a segunda vez que eu participo e ganho uma medalha de bronze", ressalta.
O diretor Adilson Rezende destaca que todos são ótimos alunos e têm potencial para chegar cada vez mais longe. Conforme destaca, para a Escola é um orgulho muito grande poder colher esses resultados porque é uma prova de que o ensino, apesar das dificuldades, tem seguido para um bom caminho.
"Isso mostra o trabalho sério que a escola e a equipe de docentes vêm desenvolvendo, é uma equipe é muito boa, e também os desempenhos dos alunos que gostam de Matemática estudam e participam do PIC. O resultado é fruto do incentivo da escola, dos professores para que os alunos façam essa prova com muita responsabilidade e carinho", destaca o diretor que comenta também que a escola vem sempre obtendo bons resultados, mas é primeira vez que um aluno é classifica para a OBM.
De acordo com a professora do programa da OBMEP, Lívia Novais Teixeira Passos, o resultado deixou a equipe muito feliz porque este ano houve um desafio ainda maior, pois houve a participação das escolas particulares e, ainda sim, a escola estadual surpreendeu com os resultados. "Nós temos alunos muito bons, basta nós darmos essa atenção a eles, trabalhar um pouquinho mais que os resultados são positivos; eles têm um ótimo raciocínio, estudam e se dedicam muito", completa a professora que ressalta o empenho e comprometimento dos estudantes.
A 2º fase da OBMEP aconteceu em setembro e das 11 escolas públicas do município, com um resultado total de sete medalhas e 17 menções honrosas, sete menções foram para alunos do Paraisense, entre eles destacaram-se no "nível 1" João Felipe Lopes, Marco Antonio Lopes da Silveira, Julia Cristina de Pádua Silva e Caio Guilherme Barros; e no "nível 2" os alunos Fabiano Manoel Rocha Junior, Túlio Nascimento Mandello e Camila Cristina Silva.
OBM
A Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM) tem como objetivo descobrir jovens com talentos matemáticos e colocá-los em contato com matemáticos profissionais e instituições de pesquisa, propiciando condições para a formação e o desenvolvimento de uma carreira de pesquisa. O objetivo também é selecionar estudantes que representarão o Brasil em competições internacionais de Matemática a partir do seu desempenho na OBM, realizando o seu devido treinamento.
Luiz Fellipe foi classificado em 127º na OBMEP no Brasil, sendo convocado para a 3º fase da OBM, que aconteceu em Ribeirão Preto, nos dias 24 e 25 de novembro, o qual está concorrendo para participar em olimpíadas de nível internacional. "Isso é o que incentiva a nós continuarmos com esse trabalho sério que a escola desenvolve junto aos alunos. Parabenizamos os nossos estudantes e toda a equipe pelo brilhante desempenho na OBMEP", completa Adilson Rezende.
PIC
O Programa de Iniciação Cientifica (PIC) foi o reforço primordial que permitiu esse bom resultado a Escola, que em meio a mais de 17 milhões de estudante que participaram da primeira fase da OBMEP teve pelo vários nomes destacados. A proposta do programa foi permitiu a esses alunos que ampliassem seus conhecimentos científicos, além da permitir um contato com aspectos da matemática que não são vistos em sala de aula.