DEZEMBRO VERMELHO

Em Paraíso 20 novos casos de Aids foram diagnosticados neste ano

Infectologia mantém ações de enfrentamento ao vírus HIV
Por: João Oliveira | Categoria: Saúde | 06-12-2017 08:33 | 9270
Ambulatório faz o acompanhamento sistemático de 220 pacientes e somente neste ano 20 novos casos da doença
Ambulatório faz o acompanhamento sistemático de 220 pacientes e somente neste ano 20 novos casos da doença Foto: Reprodução

O enfrentamento ao avanço do vírus HIV é uma luta constante da Saúde e no município se mantém como uma das maiores preocupações para o Ambulatório de Infectologia. Hoje, de acordo com dados do município, o Ambulatório faz o acompanhamento sistemático de 220 pacientes e somente neste ano 20 novos casos da doença foram diagnosticados, sua maioria em jovens com idades entre 16 e 29 anos.
Sexta-feira (1/12), comemorou-se o Dia Mundial da Luta contra a Aids e apesar desta data ser voltada para uma reflexão mais profunda sobre o tema, com ações mais ostensivas em todo o mundo, no Brasil a data ganhou reforço com a lei que criou o Dezembro Vermelho, onde ações e campanhas de combate ao vírus HIV podem ser realizadas ao longo de todo mês.
Felizmente, em Paraíso essa é um uma luta intensa da Infectologia ao longo de todo o ano, que promove uma série de palestras de conscientização nas escolas e empresas do município. Apesar dos números registrados parecerem baixos, a coordenadora do Ambulatório, Patrícia Bícego, destaca ser preocupante.
"É um problema de saúde pública e os jovens estão cada vez mais cedo se contaminando com o vírus HIV. Isso acontece porque a iniciação a vida sexual está cada vez mais precoce, existe a imaturidade em não se usar o preservativo. Isso está atrelado também ao fato das pessoas não morrerem mais por decorrência da Aids, apesar de não ter cura, tem o tratamento e as pessoas acabam não dando tanta importância para a doença, acreditando que não vai acontecer com elas. Nós ficamos preocupados com a situação", ressalta.
A coordenadora conta que este é um problema que está sendo trabalhado nas escolas e com os professores, para orientar esses jovens a respeito da importância do uso do preservativo na relação sexual.  "É bom que fique claro que o trabalho que realizamos nas escolas não é para induzir esse jovem à vida sexual ativa, é para orientar a fim de que quando ele encontrar a pessoa certa, o momento certo, saiba se prevenir", elucida.




O PRECONCEITO
Mais importante que prevenir, a data é um lembrete para o combate também a intolerância e quebra de tabus que hoje envolvem a doença. É o que ressalta Patrícia Bícego. "Infelizmente ainda há o preconceito que é maior que a própria doença. Às vezes o próprio portador tem preconceito com ele mesmo. Lembrando que a vírus não é transmitido pelo abraço, pelo aperto de mão, pelo beijo ou sentar no mesmo banco. Nós precisamos ser solidários com essas pessoas que por algum descuido ou mesmo por terem sido vítimas foram contaminadas pelo HIV", acrescenta.




BUSCA PELO TRATAMENTO
A coordenadora ressalta  que o paciente tem o direito ao sigilo e que em hipótese alguma é divulgado, até mesmo para a própria família do portador, que ele tem a doença. Portanto, buscar o tratamento mediante a exposição a situação de risco é fundamental para a saúde dessas pessoas.
"Hoje, a Infectologia não trabalha mais a questão do grupo de risco, mas a vulnerabilidade, ou seja, qualquer pessoa que tenha uma vida sexual ativa é vulnerável, mesmo que esteja em uma relação estável. Não existem grupos de risco, existe a vulnerabilidade", explica a coordenadora do Ambulatório.
Os dados, de acordo com Patrícia, apresentam um aumento do registro da doença em homens, mas no que se diz respeito a esses dados, ainda são duvidosas as estatísticas apontando a sexualidade dos indivíduos. "Existem casos que a pessoa não assume a homossexualidade, então temos dificuldade em relação a esses dados e às vezes até os próprios dados do Ministério da Saúde são confusos. Porém, no nosso município, a maioria dos casos são em heterossexuais", comenta.




AUMENTO DAS DSTs
Em 2016, a Infectologia registrou 23 novos casos de HIV em Paraíso. A coordenadora do Ambulatório comenta que esses dados têm mantido a média, mas não somente os números em relação a Aids tem crescido no País, mas também as demais DTS.  "Houve, além do HIV, muitos diagnóstico de sífilis e as Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) também tem aumentado muito, entre elas o HPV e Hepatite", comenta.
Para frear os números, a Infectologia tem realizado trabalhos junto as empresas, onde são oferecidas palestras e depois a testagem. "Essas doenças são doenças assintomática, ou seja, não apresentam sintomas, e é esse o nosso objetivo, não deixar que essas pessoas adoeçam. Queremos que elas tenham uma vida saudável".
Com o teste rápido o diagnóstico da doença fica pronto em 15 minutos. "Caso o resultado tenha sido positivo, nós refazemos outro tipo de teste rápido, e se o resultado foi o mesmo nós já agendamos consulta para realizar outros exames mais específicos", comenta. Somente este ano, foram realizados cerca de 1228 testes rápidos, já em palestras e campanhas foram 62 teste realizados.




CAMPANHA
O Ambulatório mantém as ações de prevenção  com enfoque maior nessas suas primeiras semanas de dezembro. O Infectologia tinha programado um PitStop para a campanha do Dezembro Vermelho, mas foi adiado por causa das chuvas. Porém, a Infectologia já se organiza para realizar os trabalhos nesta semana, em alguns pontos estratégicos da cidade.
"Na sexta iremos para a Guardinha onde será realizado os testes rápidos e durante a tarde quem quiser procurar o Ambulatório para realizar o exame basta chegar aqui. Algumas USFs também estarão realizando esses exames", explica a coordenador do Ambulatório.




ATENDIMENTO
O Ambulatório de Infectologia agora fica no prédio localizado a Rua Placidino Brigagão, nº 1660, centro. 
O atendimento é de segunda a sexta das 7 às 11h e das 13 às 16h. Caso queira tirar qualquer dúvida ou agendar um atendimento, o contato pode ser feito pelo telefone 3531-1055.