OITO NÚCLEOS

Empreender já atende a oito núcleos setoriais em Paraíso

Por: João Oliveira | Categoria: Cidades | 14-12-2017 09:12 | 14422
O núcleo de mulheres empreendedores é um dos mais recentes e tem gerado bons resultados, segundo a consultora Érica Paschoini
O núcleo de mulheres empreendedores é um dos mais recentes e tem gerado bons resultados, segundo a consultora Érica Paschoini Foto: Reprodução

Com o objetivo de impulsionar os negócios locais com a dinâmica de criação de grupos onde os integrantes conversam entre si, vendo uns ao outros não como concorrentes, mas como parte de uma rede onde é possível crescer em conjunto, o Empreender vem justamente para fortalecer essa ideia e dar os empreendedores locais a oportunidade de buscarem potencializar seus comércios tornando-o uma referência naquele setor. Em Paraíso, o programa já conta com oito núcleos e cerca de 90 integrantes que têm visto com bons olhos a proposta que nasceu por uma iniciativa da Associação Comercial, Industrial, Agropecuária e de Serviços de São Sebastião do Paraíso (Acissp).
Conforme enfatiza a consultora do Empreender, Érica Paschoini, desde março o programa já vinha trabalhando com quatro núcleos nos seguimentos de marcenaria, hortifruti, alimentação e artesanato. Em novembro, o Empreender fechou quatro novos grupos, entre eles gastronomia, manicure, vestuário e mulheres empreendedoras.
“Fizemos as reuniões de sensibilização e conseguimos fechar esses outros quatro núcleos.  A partir de então nós le-vantamos as demandas dos seguimentos para identificar as maiores dificuldades que eles encontram e junto desenvolvemos ações para fortalecer os negócios desses empresários”, ressalta Érica.
A consultora explica que o programa tem uma metodologia própria: o metaplan, que é usada onde existe o programa, tanto faz se é no Brasil ou na Europa. “É uma metodologia visual, nós levantamos as demandas, traçamos planos de ação para poder desenvolver esses seguimentos no município. O nosso público está muito empolgado, até mesmo porque para participar do programa nas demais associações os empreendedores precisam ser associados, em Paraíso não”, conta.
Érica diz que este foi um desejo do presidente da Acissp, Ailton Rocha de Sillos, que viu a chance de dar a oportunidades às micro e pequenas empresas para fortalecer os seus negócios, tendo em vista que a maioria acaba fechando as portas com dois ou três anos de funcionamento. “Trabalhamos muito no Empreender a quebra dessa visão do outro como concorrente e passar a enxergar como um parceiro. Não é porque eles são do mesmo seguimento que não podem se unir para fortalecer o negócio de todos”, destaca a consultora.
Entre essas ações, ela cita a possibilidade que os empresários têm de realizarem compras juntos para reduzir custos para suas empresas. “Eles podem ainda fazer divulgação em conjunto, dá para fazer muita coisa juntos. O núcleo de mulheres empreendedoras, que além de tudo isso, nós também trabalhamos a questão comunitária e social, que é algo que elas já fazem e na maioria das vezes nós não ficamos sabendo”, acrescenta.



 



MULHER NOS NEGÓCIOS
Na contramão do que é comum no resto do país, em Paraíso Érica conta que a maioria dos integrantes dos núcleos que o Empreender trabalha em Paraíso é formada por mulheres. A consultora faz uma ressalva para o grupo de marcenaria, que é predominantemente masculino, mas destaca que até mesmo no setor de hortifruti, a mulher também vem ganhando espaço.
“As mulheres em Paraíso estão tomando conta dos núcleos de Empreender. Hoje, as pessoas estão buscando ter o seu próprio negócio e o brasileiro tem muitas ideias e o que vemos na nossa cidade é que o paraisense é criativo. Temos como exemplo comerciante que começou a trabalhar informalmente e hoje é um grande empresário, e o Empreender só tem a somar. Destaco que o mais importante do projeto é mudar essa visão do concorrente para parceiro”, ressalta a consultora.
As reuniões do programa, que acontecem de 15 em 15 dias, é a oportunidade que o empreendedor tem de tirar duas horas do tempo deles no mês para olhar com mais atenção para o seus negócios. “É muito pouco tempo, mas às vezes a vida do empresário é tão corrida que ele não tem esse tempo, e o empreender é justamente para isso. O legal é que nesse momento, ele pode avaliar situações que podem estar causando prejuízo, entre outras questões”, acrescenta Érica.



 



BALANÇO EMPREENDER 2017
Sobre o balanço que a consultora faz do programa no município, Érica Paschoini comenta que ficou muito feliz com a sua implantação em Paraíso, apoiada pela Associação Comercial.
“A Acissp está dando a oportunidade para o empresário participar do Empreender sem custo algum,  não precisa ser associado à Acissp, o que é muito bacana. Com isso, o empresário passa a enxergar o valor da Associação e vai querer ser associado”, comenta.
Conforme Érica, os núcleos que já vêm sendo trabalhados, eles já conseguem visualizar seu crescimento, a organização do empresário, e que esses empreendedores já começaram a enxergar no outro um parceiro, não um concorrente. 
“Os novos núcleos começaram em novembro, teremos muito que fazer em 2018. São núcleos fortes em seus seguimentos em nosso município e que só tende a crescer. Eles já viram que é preciso a união, senão não terá lugar para ninguém”, completa.



O EMPREENDER
O Empreender é um programa da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), em parceria com o SEBRAE, que visa o fortalecimento da micro e pequena empresa ao reunir empresários de um mesmo município nos chamados núcleos setoriais. Neles, os empresários discutem seus problemas e buscam soluções conjuntas com apoio de um profissional vinculado à entidade empresarial. 
O programa, que em Paraíso foi implantado por iniciativa da Acissp, funciona no Brasil há mais de 20 anos, tendo atendido aproximadamente 70 mil empresas em todas as unidades federativas, e já foi premiado internacionalmente como um dos melhores projetos para o desenvolvimento de micro e pequenas empresas, pelo International Chambers of Commerce (ICC), em Paris.
O que reflete com fidelidade o espírito do Programa é a forma de associativismo que ele propõe. Por ela, ninguém é obrigado a participar de um núcleo setorial. O convencimento vem pela nova visão de parceria, na qual o concorrente, longe de ser um competidor, é um cooperador de seu concorrente. E ainda com um diferencial: todos ganham.