POLEPOSITION

Balanço da Stock Car: Título merecido

Por: Sérgio Magalhães | Categoria: Esporte | 17-12-2017 10:12 | 7198
Daniel Serra é o novo campeão da Stock Car
Daniel Serra é o novo campeão da Stock Car Foto: Duda Bairros

A Stock Car conheceu no último domingo um novo campeão, Daniel Serra, 33 anos, filho de ex-piloto, tricampeão da categoria, Chico Serra. Uma conquista merecida por tudo que Serra fez ao longo da temporada, enfrentando adversários do mais alto nível, entre eles o vice-campeão, Thiago Camilo que sobreviveu até a última corrida do ano e acabou não tendo um bom fim de semana em Interlagos, sofrendo com problemas de falta de velocidade, o que de certa forma tornou a vida de Serra menos difícil na corrida. Apesar dos problemas, Camilo lutou até o fim com um carro que não correspondia na pista.
Mas nada tira os méritos de Serra que com a saída do patrocínio da Red Bull no final de 2016, trocou a equipe A.Matheis pela Eurofarma/RC e encarou o desafio de competir ao lado de dois companheiros de equipe de respeito, Ricardo Mauricio e Max Wilson, e sob o comando do competente Rosinei Campos, o “Meinha”, que celebrou o 6º título de um piloto de sua equipe. Rosinei é o único remanescente do nascimento da Stock Car, em 1979, e domingo conseguiu um feito inédito na categoria ao colocar seus três carros no pódio com a vitória de Ricardo Mauricio, com Max Wilson em 2º e Serra em 3º.
A campanha de Daniel foi brilhante, venceu quatro corridas, fez quatro poles, e dez pódios em 22 corridas. Somou 371 pontos, 47 a mais que Thiago Camilo e não poderia terminar o ano de melhor forma: além do primeiro título na Stock Car, ganhou a ‘Corrida do Milhão’, prova mais importante do calendário da categoria, e de quebra venceu a famosa 24 Horas de Le Mans, na Franca, uma das provas mais importantes do automobilismo mundial, na classe LMGTE Pro, com um Aston Martin Vantage.
Mas o 2017 da Stock Car não se resume ao título de Serra. O ano foi marcado pela chegada de um novo chefe da categoria, Rodrigo Mathias, ex-líder de eventos do grupo RBS, que mesmo não sendo do ramo do automobilismo, chegou com ideias novas que ajudaram a melhorar o que já era bom. Uma das novidades foi a introdução do Hero Push através de votação do público pela internet que pôde escolher três de seus pilotos preferidos a cada etapa, e os mais votados ganharam um push extra, botão que o piloto aciona durante as corridas para ganhar mais potência no motor para realizar ultrapassagens ou se defender do ataque de quem vem atrás. 
Outras novidades foram as sessões de autógrafos dos pilotos em locais públicos onde a Stock correu este ano, e homenagens de reconhecimento a grandes pilotos do passado que ajudaram a escrever a história da categoria. E teve ainda a segunda edição do “Minha Equipe Stock Car”, uma espécie de Fantasy Game, aberto a qualquer pessoa que se inscreve, monta sua equipe e aposta na posição de chegada dos pilotos. Apesar de não ser organizado pela administração da Stock Car, a brincadeira reuniu mais de quinhentos participantes, inclusive este colunista que não fez bonito, mas também não passou o ano sem ganhar alguns brindes.  
Na parte técnica, a partir da penúltima etapa do ano, em Goiânia, os motores da Stock passaram a ter 500 cavalos de potência.
A temporada teve 12 etapas, dez no formato de rodada dupla – uma delas na Argentina – totalizando 22 corridas. As únicas provas isoladas foram a Corrida do Milhão, em Curitiba, que teve cobertura do Jornal do Sudoeste, e a de domingo passado, em Interlagos, que marcou o encerramento do campeonato.
Ao todo dez pilotos diferentes venceram corridas e um grid equilibrado de 30 carros – 32 em algumas provas – onde a diferença do pole para o fim do grid era inferior a um segundo.
E a Stock Car fechou o ano com a confirmação de que Nelsinho Piquet vai correr a próxima temporada completa, além da participação de Felipe Massa na ‘Corrida de Duplas’, com Cacá Bueno, na abertura do próximo campeonato marcada para o dia 10 de março, quando a categoria estará completando 40 anos de existência.