Já era previsto quando a Federação Internacional de Automobilismo estabeleceu as novas dimensões de carros e pneus mais largos, com asas maiores e mais baixas, e o aumento em 30% da pressão aerodinâmica, que seria mais difícil de ultrapassar na Fórmula 1 em 2017. Esse conjunto de fatores, mais o aumento significativo da velocidade tornou mais complicado a aproximação do carro de trás ao que vai a frente por causa da turbulência.
Por outro lado, o objetivo de tornar os carros cerca de 5 segundos mais rápidos que os de 2015 foi atingido e muitos recordes que resistiam ao tempo desde 2004, quando a Fórmula 1 corria com motores V10, caíram por terra. Mas a tal da dificuldade de ultrapassar se confirmou.
Levantamento da Pirelli, desde 2011fornecedora de pneus para a Fórmula 1, apontou queda de 49% das ultrapassagens em relação a 2016. Foram 435 ultrapassagens este ano contra 866 do ano passado. Em suma, 2017 acabou sendo o pior ano desde 2009 quando houve apenas 211 ultrapassagens.
Só para efeito de comparação, desde que as manobras passaram a ser computadas, em 1982, ano passado foi o que registrou mais ultrapassagens na Fórmula 1.
O conturbado GP do Azerbaijão foi o que teve mais ultrapassagens (42). Na outra ponta, o GP da Rússia teve apenas uma.
Daniel Ricciardo, da Red Bull, foi o piloto que mais ultrapassou ao longo das 20 etapas (43 vezes), sendo 13 somente no GP da Inglaterra quando largou da 19ª posição por conta de punição por troca de motor.
Entre as equipes, a Red Bull, terceira colocada no Mundial de Construtores, foi a que mais fez ultrapassagens (65 vezes), sendo 43 de Ricciardo e 22 de Max Verstappen.
Lance Stroll, companheiro de Felipe Massa na Williams, foi quem mais ganhou posições na primeira volta (36), mas isso tem explicação: O novato canadense pecou pela falta de experiência e sempre partiu do fundo do grid. Logo, fazia sentido superar os carros mais lentos do pelotão de trás. A estatística ilustra bem as dificuldades que Stroll enfrentou em treinos de classificação no seu ano de estreia na Fórmula 1.
Na outra ponta da estatística, Lewis Hamilton e Max Verstappen foram os pilotos menos ultrapassados: duas vezes cada um. Entre as equipes, os dois carros da Red Bull e da Ferrari sofreram apenas 11 ultrapassagens no campeonato todo: 9 vezes Daniel Ricciardo e 2 vezes Max Verstappen, na Red Bull; e 8 vezes Kimi Raikkonen e 3 vezes Sebastian Vettel, na Ferrari. Lewis Hamilton foi quem mais fez pole positions (11). No Canadá igualou as 65 de Senna, na Bélgica as 68 de Schumacher, e fechou o ano com 72 poles, recordista absoluto. O inglês foi também quem mais andou na frente ao liderar 527 voltas, e conquistou o tetracampeonato com 363 pontos, 9 vitórias, 7 voltas mais rápidas e 13 pódios. E olha que nem sempre o W08 Hybrid da Mercedes foi o melhor carro da corrida.
A temporada teve quatro milhões de torcedores nas arquibancadas entre treinos e corridas nos 20 finais de semana de Grandes Prêmios, aumento de 8% em relação a 2016 que registrou 3,7 milhões de torcedores. O GP do Brasil, disputado no mês passado, teve 141 mil pessoas nos três dias de evento, 3% a mais que no ano passado. E mesmo com os problemas de falta de segurança fora do autódromo de Interlagos, foi eleito o segundo GP “mais agradável” na opinião de 83% dos turistas estrangeiros que vieram assistir a corrida, atrás apenas do México que recebeu 84% dos votos em pesquisa feita pelo site oficial “formula1. com”.
MAIS UM REFORÇO
Primeiro foi Felipe Massa que confirmou participação na prova de abertura da Stock Car, em 2018. Depois Nelsinho Piquet anunciou que vai correr a próxima temporada. E é aguardado nos próximos dias a confirmação de Felipe Nasr como novo piloto da principal categoria do automobilismo brasileiro pro ano que vem.
Feliz Natal a todos!