SAÚDE ANIMAL

Hipersensibilidade Alimentar

Por: Rogério Calçado Martins | Categoria: Saúde | 27-12-2017 06:12 | 3169
Foto: Reprodução

As reações adversas a alimentos são bem relatadas em cães e gatos, mas ainda não foi possível determinar com total exatidão os mecanismos da Hipersensibilidade Alimentar em pequenos animais. Essas reações podem ser imediatas (tipo I) ou tardias (tipo IV).
Alguns pesquisadores têm suspeitado (baseando-se em estudos na Medicina Humana, mas ainda sem conclusões científicas em Medicina Veterinária) de contaminações alimentares por bactérias, toxinas, aditivos e aminas vasoativas (ex: tiramina nos queijos), como ocorre na hipersensibilidade alimentar em humanos.
Os alérgenos dietéticos suspeitos ou confirmados são numerosamente citados na literatura específica e incluem: carne bovina, carne suína, leite (e seus derivados), ovos, trigo, aveia, carne de peixe, soja (e seus subprodutos) e até mesmo contaminantes fúngicos na água de beber. É claro que cada indivíduo precisa ser sensível ao alérgeno, ou seja, esses produtos não vão causar alergia à todos os cães e gatos, mas somente aos indivíduos que forem sensíveis à eles.
A idade de início da Hipersensibilidade Alimentar é variável, sendo que os próprios proprietários não sabem informar (ou não têm condições técnicas para identificar) o início dos sintomas.
A sintomatologia inclui: prurido (coceira - sinal mais comum e que ocorre principalmente em focinho, axilas, pés e orelhas), lesões cutâneas (ex: seborréia, otite, vermelhidão, pápulas, etc), sinais gastrointestinais (vômito e diarréia), podendo ocorrer sintomatologia mais grave, como urticária generalizada, placas e úlceras eosinofílicas e angioedema. Não é incomum o envolvimento de vários órgãos.
O diagnóstico não é tarefa fácil para o clínico veterinário. Ele é feito através de exame clínico e físico detalhado, história clínica e alguns exames complementares. Pode ser introduzido dieta de provocação, atitude que deve ser explicada ao proprietário nos mínimos detalhes.
O tratamento tem várias alternativas e depende exclusivamente da resposta orgânica do paciente. O desafio do controle é grande, tanto por parte do clínico veterinário quanto do proprietário, já que a resposta terapêutica pode demorar semanas ou meses.
OBS: O texto de hoje foi baseado em leitura do original "Hipersensibilidade Alimentar", de autoria do Médico-veterinário Stephen D. White, professor do Department or Clinical Sciences, College of Veterinary Medicine and Biomedical Sciences e também especialista em Dermatologia Veterinária no Veterinary Teaching Hospital, Colorado State University, Ft. Collins, Colorado, USA.