POLE POSITION

Torcida por Schumacher

Por: Sérgio Magalhães | Categoria: Esporte | 06-01-2018 07:01 | 5693
Esquiar na neve era um dos  hobbies de Schumacher
Esquiar na neve era um dos hobbies de Schumacher Foto: Getty

O tema seria outro para a primeira Pole Position do ano, mas um breve texto que publiquei no meu perfil do Facebook, motivou-me escrever sobre Michael Schumacher. Afinal, sempre alguém pergunta o que sei sobre seu estado de saúde e a resposta tem que ser curta: ‘nada’, porque nada se fala sobre Schumacher, pelo menos oficialmente.
Nesta semana ele completou 49 anos. Há quatro vive sabe-se lá em quês condições desde o trágico acidente quando se divertia com o filho e um grupo de amigos numa estação de esqui, na França, ao final de 2013. Como ele está hoje é um grande mistério. Estaria ainda vivo(?), não está(?), vegeta(?), respira com ou sem aparelhos(?), recupera-se bem? São muitas interrogações e apenas poucas, bem poucas pessoas – família e amigos próximos – que sabem realmente como anda o processo de recuperação de Schumacher.
O que nunca foi negado é que ele estaria em sua casa, próximo a Genebra, na Suíça. Mas qualquer sinal de fumaça que surge aqui ou ali logo é desmentido pela assessora de imprensa que acompanhou o alemão ao longo de sua carreira, Sabine Kehm.
A família o blindou para manter sua integridade preservada. Por mais que os fãs gostariam de saber a verdade, por mais que haja críticas ao silêncio pelo fato de Schumacher ser pessoa pública, é um direito que a família tem e deve ser respeitado, até porque, seria prato cheio ao sensacionalismo caso houvesse informações e imagens do piloto.
Alguns meios de comunicação que se venderam por manchetes infundadas, principalmente na Alemanha, acabaram processados pelas inverdades publicadas. 
Por isso é preciso ter cuidado com o que sai na internet, principalmente nas redes sociais. Rola por aí um falso vídeo do acidente em que Schumacher bate com a cabeça numa rocha que induz as pessoas abrirem, e que nada mais é que um vírus da internet. Oficial, mesmo, só o que vem de Sabine Kehm, e a última informação que ela deu foi em julho de 2016 quando disse que a “situação era complicada”. Depois disso, silêncio total.
É triste imaginar o que Schumacher possa estar passando, um superatleta que passou parte de seus 49 anos arriscando a vida nas pistas de corrida e foi se acidentar numa brincadeira na neve, atividade que ele praticava com total destreza. E quis o destino que ele não pudesse acompanhar de perto os primeiros passos do filho, Mick, de 18 anos, nas categorias de base do automobilismo. Este ano Mick Schumacher deve disputar a GP3, penúltimo degrau da escalada natural antes de chegar à Fórmula 1.
Schumacher foi um dos pilotos mais talentosos que a Fórmula 1 já teve. Se olharmos apenas os números ele poderia até ser considerado o maior de todos os tempos. Foram 308 GPs – 221 deles na zona de pontos –, 91 vitórias, 68 pole positions (superado em 2017 por Lewis Hamilton), 77 voltas mais rápidas, 155 pódios, 116 largadas da primeira fila do grid, 1566 pontos e nada menos que 7 títulos mundiais (1994/95/00/01/02/03/04).
Tudo bem que o retorno pela Mercedes em 2010, três anos depois da primeira aposentadoria, não foi como ele queria. Talvez Schumacher não tenha compreendido que a Fórmula 1 já não era mais como nos seus tempos de glória, o que não tira em nada os méritos pelo que fez na Benetton e principalmente nos tempos de Ferrari.
Tem uma frase otimista de Schumacher que diz: “Sempre acreditei que você jamais deveria desistir e que deveria continuar lutando mesmo que houvesse apenas uma chance mínima”. Da minha parte torço para que em algum momento ele apareça em público e diz que sobreviveu, que se recuperou, e que venceu a corrida mais importante e difícil de sua vida! É o que desejei a ele em pensamento no dia de seu aniversário, quarta-feira (3). Força Schumacher!