Autoridades de São Sebastião do Paraíso ligadas ao setor de Saúde estão atentas e em alerta em relação casos relacionados ao mosquito Aedes Aegypti, causador da dengue, chikungunya, zika vírus e que também pode ser o transmissor da febre amarela. O município tem tido uma procura considerável nos postos de vacinação e por estar na divisa com o estado de São Paulo, tem recebido pessoas do interior paulista para se vacinar. Por outro lado já está sendo preparada uma campanha de limpeza de terrenos já que em um recente levantamento foi constatado um alto índice de infestação de focos do agente causador destas doenças.
O fato que mais chamou atenção da Secretaria Municipal de Saúde e da Vigilância Sanitária foi a realização do Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti (LIRAa). A pesquisa realizada no município recentemente apresentou um resultado elevado de 9,3. Trata-se de um método de amostragem e mapeamento dos índices de infestação por Aedes Aegypti e Aedes Albopictus. Estes indicadores permitem a identificação dos criadouros predominantes e a situação de infestação dos municípios que o realizaram. Os índices até 0,9% indicam condições satisfatórias, entre 1% e 3,9%, situação de alerta e índices superiores a 4%, risco de surto.
Conforme a coordenadora de zoonoses, Daniela Cortez esta situação pode ser justificada em função do período chuvoso. “É um período em que é fácil o acúmulo de água em lixo, garrafa, ferro velho e áreas de recicladores. Em função das chuvas em que a limpeza dos terrenos se torna mais difícil, favorece o aparecimento de focos do mosquito”, observa. Por isso o município já está preparando a realização de uma campanha de limpeza de terrenos e possivelmente o desenvolvimento de mutirões de limpeza nos bairros por toda a cidade.
A pesquisa é feita por amostragem sendo que a visita acontece nos bairros sendo avaliada uma a cada cinco casas, onde os agentes fazem as visitas. As informações coletadas são encaminhadas para a Regional de Saúde que repassa os dados para a Secretaria de Estado da Saúde (SES). O penúltimo levantamento realizado em Paraíso ocorreu em período de seca e o município apresentou resultado de baixo índice de infestação.
Duas pessoas chegaram a ser apontadas como suspeitas de estarem com dengue e foram submetidas ao teste rápido. Contudo como os sintomas apresentavam situações contraditórias, material foi recolhido e encaminhado para exames mais detalhados. “Aguardamos os resultados laboratorial que estão sendo feitos na Fundação Ezequiel Dias (Funed), mas os pacientes estão sendo acompanhados, receberam medicação e foram tranquilizados”, avalia.
FEBRE AMARELA
Daniela confirmou também que no final de 2017 foram encontrados três macacos mortos no perímetro urbano de Paraíso. Os restos dos animais foram recolhidos e encaminhados para análises na capital, mas deram negativo para contaminação para febre amarela. “Estamos atentos quanto as situações que estão surgindo e estamos sendo orientados como proceder”, acrescenta.
O fato de em Delfinópolis ter havido óbito por febre amarela no ano passado e agora o estado de São Paulo estar registrando índices de óbito preocupantes, tem feito que o município paraisense esteja em alerta. Também em Minas Gerais, conforme boletim da SES, até o momento são 12 casos confirmados de febre amarela silvestre em Minas Gerais no período 2017/2018, sendo que 11 evoluíram para óbito. Outros 34 casos continuam em investigação pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais.
Os postos de vacinação em Paraíso continuam oferecendo a vacina gratuitamente, principalmente para as pessoas que ainda não se imunizaram ou que vão viajar para áreas onde tem ocorrido incidência da doença. “Importante que ao comparecer ao posto de vacina a pessoa leve o cartão para ser analisada casa situação. A procura tem aumentado em função das notícias de óbitos. Temos recebido aqui inclusive pessoas de cidades do interior paulista, como Santo Antonio da Alegria, que vieram aqui para serem imunizadas”, acrescenta.
A febre amarela é uma doença infecciosa grave, causada por vírus e transmitida por mosquitos, tanto em áreas urbanas quanto silvestres. Em área silvestre, os principais vetores são os mosquitos Haemagogus e Sabethes.
Os macacos prestam um importante auxílio no enfrentamento, prevenção e controle à febre amarela. Por adoecerem primeiro, os primatas dão às autoridades informações valiosas sobre a circulação do vírus.
O achado de macacos mortos serve de alerta para que os órgãos de saúde pública iniciem campanhas de vacinação. Eles não transmitem a febre amarela aos humanos. Além de ilegal e de tornar mais crítico o estado de conservação desses animais, a matança indiscriminada, assim como o envenenamento intencional de macacos são extremamente prejudiciais ao próprio ser humano.