Vejam só o que disse a Miriam Leitão: "O caixa 2 é crime previsto pelo Código Eleitoral, mas são raríssimos os casos de político punido por isso. O problema desse movimento dos políticos é que, na verdade, ele propõe algo impensável e inaceitável: a anistia à corrupção.
Políticos de partidos que se dizem inimigos, que sustentavam o governo passado e o atual, estão unidos, curiosamente unidos, nessa campanha para dizer que caixa 2 é um crime menor e portanto pode ser perdoado.
São raríssimas as exceções nesse movimento amplo, geral e irrestrito de pedir a anistia aos políticos. A ele se integrou o chefe dos chefes de toda a Odebrecht, o próprio Emílio.
Como testemunha do filho, contou que a prática existia desde a época do seu pai. Logo depois o ex-ministro da Justiça do governo Dilma disse que é "histórico e cultural". Quer dizer que temos que nos conformar e esquecer tudo o que vimos e soubemos nos últimos três anos?
Não dá para esquecer porque o país viu que é impossível separar caixa 2 de corrupção. Aliás, ela invadiu até o caixa 1. O dinheiro que irrigou as campanhas políticas veio de crime e sustentou o crime. Veio de obras públicas superfaturadas, licitações viciadas, tráfico de influências, desvio de recursos públicos, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, saque à Petrobras.
O que os senhores políticos, e todos os que defendem essa tese, estão propondo? Que todos esses crimes sejam anistiados? Se é isso, que o digam claramente e não se escondam atrás da tese de que o que querem é "apenas" legalizar algo simples, histórico e cultural, o uso do modelo reinante de não declarar todo o dinheiro recebido dos empresários. Que tenham a coragem de propor a legalização da corrupção."
Só falta essa para a gloriosa classe política brasileira.
Legalizar a corrupção.
Pode isso?
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