Servidores pedem reajuste de 5% mais correção, Prefeitura propõe 2,5%
Proposta será levada à assembleia da categoria, mas segundo o Sempre, não atende às necessidades dos funcionários públicos
Por: João Oliveira | Categoria: Cidades | 03-02-2018 21:02 | 1227
Representantes do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de São Sebastião do Paraíso (Sempre), reuniram-se com o prefeito Walker Américo, quarta-feira (30/1), para discutir a pauta de reivindicação da categoria e o reajuste salarial dos servidores. Segundo a presidente o sindicato, Maria Rejane Tenório, a categoria pede um reajuste salarial acima da inflação mais 5% de ganho real. Porém, prefeito ofereceu apenas 2,5%, alegando que diante da situação financeira, era o que o município poderia fazer. Assembleia da categoria deve acontecer no próximo dia 7, para decidir o que o Sindicato fará em relação à proposta do Executivo.
Em reunião foram discutidos 15 itens para a pauta referente a data-base do Sindicato, que é em fevereiro. Segundo a presidente do Sindicato, foi uma reunião tranquila e a atual gestão tem se mostrado interessada em buscar diálogo com a categoria. Prova disto, é que agora acontece entre o Sempre e a Prefeitura uma reunião na última quarta-feira de todo mês para realizar negociações entre a entidade e o Executivo.
"Todas as discussões dos itens que os servidores levantaram em assembleia ocorreram com tranquilidade, houve pontos positivos, mas houve aqueles que não chegamos a consenso e não haverá por parte do servidor que é a questão do índice salarial. A prefeitura alegou que diante da situação e da crise financeira, o que poderia dar era 2,5% de reajuste e nós dissemos a ele que isso não chega a ser nem a inflação", conta.
O resultado da reunião será levado para assembleia da categoria, no próximo dia 7, quarta-feira. Segundo pontuou Rejane, a reivindicação foi o percentual que seria proposto pelo prefeito mais 5% de ganho real, o que não atende aos servidores. "Não houve avanço em relação a isto e será discutido pelos servidores para que possamos chegar a outra alternativa e apresentar novamente ao prefeito", acrescenta.
Em relação aos demais itens da pauta, a presidente do Sempre disse que houve um diálogo positivo e que eles serão atendidos, porém, não há prazos estabelecidos para o atendimento, o que deixa a categoria preocupada. "No entanto, estamos vendo que a prefeitura está tendo boa vontade, mas somente isto não resolve, como é o caso de atrasos no pagamento do salário. Nós queremos uma data fixa e garantia que iremos receber. Walkinho disse que fará o possível para que a folha seja fracionada apenas em duas vezes, o mesmo foi dito em 2017 e não foi possível cumprir", comenta.
A presidente do Sempre ressaltou ainda que para este ano, a categoria deve ser mais firme em relação aos pedidos diante da espera que, segundo frisou, já é bastante longa. "Não tem como ficarmos esperando mais um ano, aguardando as coisas se adequarem. É um ano complicado por ser político, sabemos de todas as manobras que são usadas e é um ano que a população e, principalmente, os servidores sofrem. Vamos precisar ter muita cautela e em assembleias os servidores decidirão se aprovam ou não a proposta do Executivo".
Além da situação financeira complicada alegada pelo prefeito, Rejane disse que Walker justificou que a proposta não poderia ser além dos 2,5% porque senão correria riscos de complicar ainda mais os atrasos salariais. Em relação aos demais itens da pauta, ela explica que o que diz respeito à educação será analisado pela Secretaria Municipal de Educação e posterior a isto terá uma resposta; já os demais itens, segundo conta, esbarra na questão financeira do município.
"Porém, não podemos pagar por uma situação que vem de cima para baixo. Dizem que não tem dinheiro, mas nós vemos dinheiro saindo para todos os lados, seja para comprar reforma da previdência, trabalhista e tantos outros direitos da população que estão sendo retirados. Então, ficamos inconformados com isso também, uma vez que o governo diz que a inflação e o valor da cesta-básica caiu, mas na prática, quando vamos no mercado, abastecer o carro ou compra gás, nós vemos que não é assim. A inflação caiu só no papel", acrescenta.
A presidente diz ainda que tentará sensibilizar o Executivo para tentar melhorar essa proposta, e os demais itens poderão ser discutidos ao longo do ano, porém a questão salarial é imprescindível ser atendida. Rejane ressalta ainda que houve muitos avanços com a atual gestão que jamais houve em administrações passadas, sobre tudo, no que diz respeito a questões administrativas e que antes o sindicato não tinha acesso.
"Somente o fato de se criar essa agenda positiva, de estar nos recebendo para dizer o que pode e o que não pode ser atendido, para nós é um avanço muito grande. Nós conseguimos resolver muitas coisas administrativas, que não conseguíamos no passado, não somente na gestão passada, mas na anterior também. Walker já orientou aos secretários que quando nos receber, tudo o que for possível resolver administrativamente, que se faça. Mesmo para evitar questões judiciais e acumular itens para ser discutido posteriormente. Estamos muito contentes com isso porque muitas coisas, que são pequenas, nós estamos conseguindo resolver administrativamente", completa.
A PAUTA
A pauta de reivindicação do Sindicato teve 15 itens que foram discutidos na reunião de quarta-feira. São itens repetidos da pauta anterior, que das mais de 40 reivindicações, seis foram atendidas, seis estão em andamento da agenda positiva com o Sindicato, oito foram retirados da pauta, mas serão discutidos ao longo das reuniões com o prefeito e oito itens foram excluídos por definitivo da pauta.
Entre os atuais itens, além da questão salarial, o Sempre pede que seja feito um processo de promoção da carreia, sendo automático, por merecimento e antiguidade, prorrogando as portarias já publicadas. Também que seja efetuado o pagamento aos servidores das horas extras em atraso e das rescisões até o mês de março de 2018. Pede também pagamento das remunerações e proventos dos servidores até o quinto dia útil do mês subsequente ao da prestação de serviço, conforme lei federal e orgânica do município.