Entre as maiores empresas de transporte aéreo criadas no Brasil, na primeira metade do século XX, estavam a Viação Aérea Gaúcha (VARIG), a Cruzeiro do Sul e a Panair, essa última em 1930. Nas duas décadas seguintes, para atuar em regiões não atendidas pelas grandes companhias, surgiram duas dezenas de outras empresas menores. Entre essas últimas estavam, por exemplo, a Viação Aérea São Paulo (VASP), a Loide Aéreo Nacional, a Transportes Aéreos da Bacia Amazônica (TABA) e a Central Aérea Limitada, cujas aeronaves voaram em Minas Gerais, mantendo voos semanais entre Passos, Guaxupé, São Sebastião do Paraíso e Belo Horizonte.
Com sede no Rio de Janeiro, Capital Federal, a Central Aérea foi criada por empresários portugueses que entenderam ser oportuno aproveitar a fase de progresso do Sudoeste Mineiro, no início da década de 1950. O objetivo da empresa era atender o transporte de passageiros e de pequenas cargas, entre cidades da região, cuja riqueza principal estava baseada na cafeicultura. Assim era possível viajar para a capital mineira, onde havia a possibilidade de fazer conexão para São Paulo, Rio de Janeiro, cidades do Triângulo Mineiro ou do Centro Oeste do Brasil.
Com base em fontes especializadas em história da aviação, a Central Aérea recebeu autorização do Governo Federal para operar no setor de aviação, em 29 de março de 1948, com o objetivo inicial de atender as principais cidades do interior de Minas Gerais, entre as quais aquelas localizadas no polo cafeeiro do Sudoeste Mineiro. Assim que a foi constituída, providenciou a compra de três aeronaves, modelo Dou-glas C47, e começou a operar uma primeira linha entre Belo Horizonte e Rio de Janeiro. Depois, foram autorizadas linhas para Goiás e Mato Grosso, bem como, operando com aviões menores, entre Belo Horizonte e as ditas cidades do Sudoeste Mineiro. Em junho de 1948, foi inaugurado um voo entre Campinas (SP) e o Rio de Janeiro.
Com o final da Segunda Guerra Mundial, em 1945, e a consequente diminuição da fabricação de aviões para uso bélico, houve um aumento expressivo da produção de aviões para uso comercial. Muitos desses aparelhos, produzidos nos Estados Unidos, foram vendidos para no Brasil. Assim, surgiram as mencionadas empresas aéreas. Uma dessas foi a Transportes Aéreos Marília (TAM) que também manteve linha regular entre São Sebastião do Paraíso e Belo Horizonte. Em livro publicado, recentemente, pelo professor Luiz Ferreira, consta que o primeiro voo semanal da TAM, em Paraíso, ocorreu no dia 14 de janeiro de 1947, usando um avião bimotor para oito passageiros, levando cerca de duas horas até chegar a Belo Horizonte. No ano seguinte, outras empresas mantiveram linhas nas principais cidades da região, entre as quais a Organização Mineira de Transportes Aéreo (OMTA) e Transporte Aéreo Sul Americano (TASA), e, posteriormente, a Central Aérea Limitada, destacada nesta crônica.