POLE POSITION

Apresentações discretas

Por: Sérgio Magalhães | Categoria: Esporte | 25-02-2018 20:02 | 4270
A bela e provisória pintura do RB14 da Red Bull, na pista de Silverstone
A bela e provisória pintura do RB14 da Red Bull, na pista de Silverstone Foto: Divulgação / Red Bull

A semana foi de apresentação/ divulgação de imagens dos novos carros da Fórmula 1. A partir desta segunda-feira (26), sempre em Barcelona, começam os testes de pré-temporada. Serão apenas oito dias divididos em duas baterias de quatro. A primeira de 26 a 1º de março, e a segunda de 9 a 12, quando então tudo será empacotado e despachado para Melbourne, onde o campeonato começa dia 25 com o GP da Austrália.
Por enquanto o que mais chamou atenção nos carros foi a introdução do halo, arco que envolve o cockpit com o objetivo de proteger a cabeça dos pilotos (o assunto foi tema na coluna da semana passada), e o fim da chamada "barbatana de tubarão", uma extensão da tampa do motor que tinha como finalidade direcionar o ar uniforme para a asa traseira.
Diferente de outras épocas em que as equipes faziam festas de arromba no lançamento de seus carros, cerimônias que deixaram de existir há tempos por contenção de despesas, desta vez as apresentações foram ainda mais simples e discretas. Algumas equipes optaram por divulgar apenas imagens computadorizadas pela internet, abrindo mão da exposição física dos carros.
A Red Bull foi a primeira a colocar o novo RB14 na pista de Silvestone, na Inglaterra para o shakedown, teste de no máximo 100 km de distância permitido, apenas para checagem do funcionamento dos sistemas de lubrificação, hidráulicos, componentes eletrônicos, e também para filmagens promocionais.
A grande tacada da Red Bull foi a pintura no mesmo estilo da tradicional, mas com as cores azul, preto e branco, que deram um visual encantador ao carro. Porém, a equipe deixou claro que a pintura será provisória, apenas até a pré-temporada. A equipe austríaca fez algo parecido em 2015, quando usou uma pintura esquisita para camuflar detalhes aerodinâmicos das lentes dos fotógrafos e dos olhares atentos dos adversários.
Tudo é segredo na Fórmula 1. Ainda mais nesta época do ano em que cada equipe testa e desenvolve suas próprias novidades. E o disfarce no RB14 é mais para confundir os detalhes introduzidos por seu criador, Adrian Newey, do que apenas um ato promocional.
Dois nomes de peso da indústria automobilística estampam suas marcas: A Aston Martin como patrocinadora da Red Bull, e a Alfa Romeo que volta à Fórmula 1 depois de 33 anos longe, agora como parceira comercial da Sauber que terá este ano motores atualizados da Ferrari e a estreia do promissor piloto monegasco, Charles Leclerc, que será lapidado para a Ferrari num futuro próximo.
A Renault apresentou o RS18 com expectativas de avançar rumo ao pelotão da frente e se firmar no top 5. Na quinta-feira, a Mercedes mandou o W09 para o shakedown, em Silverstone, antes de fazer a apresentação oficial do carro que Lewis Hamilton classificou como "obra de arte", mas que o chefe, Toto Wolff, em tom crítico ao antiestético protetor para a cabeça dos pilotos, disse que "arrancaria o halo com uma motosserra". Horas depois foi a vez de a Ferrari apresentar o mais vermelho de todos os carros que já produziu para a Fórmula 1, com pequenos detalhes em branco, batizado de SF71H, o qual tentará pôr fim ao longevo domínio da rival, Mercedes.
Por fim, ontem foi a vez da McLaren que fez mistério com a pintura laranja de seus carros, mas foi traída pelo vento dois dias antes da apresentação, ao levantar a lona que cobria o MLC33, de Fernando Alonso e Stoffel Vandoorne, enquanto era embarcado para os testes de Barcelona. 50 anos depois de sua fundação, a McLaren volta a usar a cor original, idealizada pelo seu fundador, Bruce McLaren. Na lateral do carro, e no capacete de Alonso, já aparece o logotipo da Petrobras que nesta semana confirmou a parceria com a equipe inglesa para o fornecimento de combustíveis a partir de 2019.