Entre os lugares públicos de São Sebastião do Paraíso, no Sudoeste Mineiro, está a conhecida Praça Comendador João Alves, situada no centro da cidade, entre as ruas Salvador Grau, Gedor Silveira e Geraldo Marcolini. Desde a década de 1970, é também conhecida, popularmente, como Praça da Fonte. Ao retornar no tempo, através das anotações de memorialistas e escritores da querida terra natal, podemos relembrar outras denominações que teve a mesma praça: Largo do Cemitério, Praça Aristides Lobo, Praça da Independência ou Jardim Novo, na linguagem popular.
Retornemos ao ano de 1851, quando o jovem Imperador Pedro II tinha 26 anos de idade. O arraial de São Sebastião recebeu a visita de dois freis italianos missionários ambulantes. Assim chamados porque viajavam pelo interior, permanecendo certo tempo em cada lugar, para revitalizar a fé de seus moradores e ministrar os sacramentos da Igreja. Um deles se chamava Frei Francisco de Coriolano e o outro, Frei Eugênio Maria de Gênova, membros da Ordem dos Frades Menores dos Capuchinhos. Alguns anos depois, Frei Eugênio de Gênova fixou residência em Uberaba, onde realizou várias obras em favor dos mais necessitados, liderou a construção de Igrejas, hospitais, deixando seu nome na história da importante cidade do Triângulo Mineiro.
Durante a Missão realizada em Paraíso, uma das iniciativas dos freis foi orientar os líderes do arraial a providenciarem a construção de um cemitério paroquial, de propriedade da Igreja. O campo santo foi devidamente construído, cercado com muro de pedras, portão de ferro, uma pequena capela mortuária, de acordo com as normais de higiene e religiosas. Iniciativas como essa estavam sendo difundidas naquela época, quando prevaleciam outras práticas tradicionais para sepultados os mortos, em cemitérios particulares, nas fazendas, dentro de igrejas e em outros lugares.
Assim, por orientação dos frades, foi construído o primeiro cemitério de Paraíso, localizado no local onde hoje está a Praça Comendador João Alves. Em frente ao cemitério, havia um espaço amplo, sem nenhuma urbanização, conhecido como Largo do Cemitério. Quase 40 anos depois, no início do período republicano, em 28 de dezembro de 1889, os vereadores aprovaram uma nova denominação para o Largo do Cemitério, que recebeu o nome oficial de Praça Aristides Lobo. O nome dado pelos políticos não pegou, continuou sendo o Largo do Cemitério, na linguagem da população. Essa mudança foi uma tentativa de homenagem ao político republicano que, naquele momento, ocupava o cargo e Ministro do Interior do Governo Provisório, quando o agente executivo era o coronel Antônio Pimenta de Pádua, que estava encerrando seu período à frente do executivo municipal.
Na mesma sessão da câmara municipal, acima mencionada, foram aprovadas outras mudanças de nome de ruas da cidade. O Largo da Matriz, por exemplo, passou a ser a Praça Cesário Alvim, que, posteriormente recebeu a atual denominação de Praça Comendador José Honório. A antiga Rua do Comércio, recebeu naquele ano o nome de Rua Rui Barbosa, que também não pegou na linguagem popular, e, anos depois, passou a ser a atual Rua Pinto Ribeiro, em homenagem ao coronel José Cândido Pinto Ribeiro, cuja trajetória brilhante prestou relevantes serviços sociais para o progresso da querida terra natal.