POLE POSITION

Hora de começar tudo de novo

Por: Sérgio Magalhães | Categoria: Esporte | 24-03-2018 17:03 | 2352
Pela primeira vez na história a F1 terá dois tetracampeões, Hamilton e Vettel, lutando pelo título
Pela primeira vez na história a F1 terá dois tetracampeões, Hamilton e Vettel, lutando pelo título Foto: AFP

Acabou a abstinência de Fórmula 1. Está começando a temporada 2018, a 69ª da história da categoria. A largada do GP da Austrália é nesta madrugada às 2h10. O horário quebrado é uma das novidades para este ano. A intenção do Liberty Media, dono dos direitos comerciais da Fórmula 1, é abrir mais espaço para que as emissoras de TV possam mostrar ao público os preparativos de pilotos e equipes nos momentos que antecedem a largada, já que muitas emissoras abrem as transmissões quase na hora de as luzes vermelhas se apagarem. 
Além do horário quebrado, a maioria das provas, inclusive o GP do Brasil, passam a ser disputadas uma hora mais tarde do habitual para coincidir com o horário de maior audiência na Europa. Portanto, aqueles GPs que começavam aqui às 9h da manhã do domingo, vão começar às 10h10 a partir desta temporada.
Nos carros, a principal mudança é a introdução do “halo”, tão controverso quanto necessário arco que envolve o cockipt aumentando a segurança contra objetos que possam atingir a cabeça dos pilotos. A Federação Internacional de Automobilismo garante que o halo não é a solução definitiva e estuda outras soluções que possam melhorar o visual (horrível) que deixou nos carros, algo que desagrada a todos que acompanham a Fórmula 1, inclusive pilotos e chefes de equipes. “Se me dessem uma motosserra eu arrancaria o halo”, disse Toto Wolff na apresentação do carro da Mercedes.
Por conta do halo, os carros ficaram 6kg mais pesados, chegando aos 734kg, e o peso extra, assim como o design da peça, tiraram o sono dos projetistas devido às interferências na aerodinâmica e dirigibilidade dos carros com a sua introdução, bem mais complexa do que se possa imaginar.
Houve poucas mudanças no regulamento deste ano, mas agora os pilotos terão que ‘se virar nos trinta’ com apenas três motores(!) para 21 corridas. Ou seja, cada motor terá que durar 7 GPs. Até o ano passado eram 4 motores para 20 corridas. Vale lembrar que os atuais motores da Fórmula 1, chamados de “unidades de potência”, são divididos em seis partes: combustão interna, o conjunto turbocompressor, os sistemas de recuperação de energia térmica (MGU-H), cinética (MGU-K), o conjunto de baterias e a central eletrônica. E para complicar ainda mais, serão apenas dois MGU-K, duas baterias e duas centrais eletrônicas por piloto, que terão que aguentar 11 GPs(!), o que provavelmente acarretará em muitas punições. Ao exceder o limite de cada uma dessas unidades, o piloto perde posições no grid. E prevendo muitas punições, a Federação Internacional de Automobilismo determinou que o piloto que perder 15 ou mais posições no grid, terá que largar em último.  
Outra novidade são os pneus, agora mais macios em todos os compostos fornecidos pela Pirelli em relação aos do ano passado. O objetivo aumentar o número de pit stops, já que muitos GPs de 2017 tiveram apenas uma troca de pneus.
Pela primeira vez desde 1969 o campeonato não terá piloto brasileiro. Duas caras novas estreiam este ano, o russo Sergey Sirotkin, da Williams, e o promissor monegasco Charles Leclerc, da Sauber. A marca Alfa Romeo retorna à Fórmula 1 depois de 35 anos, através de um acordo comercial com a Sauber. Mas o duelo que todo mundo aguarda com expectativa é o dos tetracampeões, Lewis Hamilton e Sebastian Vettel. Será um deles o novo pentacampeão da Fórmula 1? Ou teremos um novo campeão? Resposta, (tomara) só no dia 25 de novembro, data da 21ª e última corrida do ano, em Abu Dhabi.
Este será o 33º GP da Austrália, o 22º no Circuito Albert Park, em Melbourne. Com 4 vitórias, Michael Schumacher ainda é o maior vencedor da prova. Dos pilotos em atividade, Hamilton, Vettel e Raikkonen têm duas vitórias cada, e Alonso uma. A McLaren que tenta se colocar novamente nos trilhos é a equipe com mais vitórias na Austrália (11), seguida pela Ferrari (8), Williams (5), Mercedes (3), Renault (2) e Red Bull (1).