Natural dos Estados Unidos, o professor George Aloysios Nixon foi diretor do Ginásio Paraisense, de 1914 a 1922. Na época de sua contratação, o vice-presidente da câmara de São Sebastião do Paraíso, MG, Jose de Souza Soares, ocupou o cargo de agente executivo (prefeito) por quase um ano. Nesse período, uma das suas ações, com apoio dos demais vereadores, foi contratar o ilustre professor, que estava exercendo o magistério na vizinha cidade Passos. A intenção era ampliar os estudos oferecidos no Ginásio Paraisense, em função da experiência do mestre. O principal desafio consistia em oferecer as matérias exigidas, em consonância com as referências adotadas pelo Colégio Pedro II, do Rio de Janeiro, para que os alunos pudessem ter condições de prestar os exames preparatórios que permitiam o ingresso ao ensino superior.
A direção do professor Nixon foi exitosa, pois, nos anos seguintes, os vereadores decidiram, como era a norma da época, solicitar ao governo federal o envio de bancas oficiais para avaliar os estudantes. Após sua estada em São Sebastião do Paraíso, ele foi para a cidade de Bebedouro, SP, e, posteriormente, foi diretor do Ginásio Estadual de Barretos, no mesmo Estado. Durante os últimos anos em que foi diretor do Ginásio Paraisense, a câmara então sob a presidência de coronel José Francisco de Paula construiu o primeiro prédio do Ginásio Paraisen-se, pavimento térreo, em 1918, na parte recuada do terreno, situado na atual Avenida Monsenhor Mancini. A câmara renovou o contrato com o professor até 1922, quando assumiu o professor Tabajara Pedroso.
Ao final do período de sua direção, no quadro do primeiro centenário da Independência do Brasil e da construção da primeira Capela, Souza Soares escreveu a Notícia Histórica de São Sebastião do Paraíso, livro publicado pela Casa Espíndola de São Paulo. Consta nesse livro que a instrução secundária na cidade era ministrada no Ginásio Paraisense, oferecendo matérias para o ingresso no ensino superior e o Curso Normal, equiparado à Escola Normal Modelo de Minas Gerais. Nos relatórios oficiais consta o funcionamento regular da “Escola Normal do Ginásio Paraisense”, criada em 1911.
Quando passou atuar em colégios paulistas, o professor Nixon obteve o registro definitivo de professor de Inglês e Francês, concedido pelo Departamento de Ensino Secundário do Ministério da Educação, conforme consta no Diário Oficial da União, de 15 de outubro de 1949. Finalmente, o juiz de direito Antônio Felício Cintra Neto escreveu, em 1944, um artigo para homenagear o culto professor Nixon, publicado na revista do Ginásio Paraisense.
Segundo esse autor, o mestre era um homem alto, forte, calmo, de voz firme, resoluto e muito educado para com todas as pessoas. Sua esposa, Dona Candoca, também era professora e sua companheira constante nas lições ministradas. Nossas reverências ao mestre que tanto colaborou para a consolidação dos primeiros anos do ensino secundário na querida terra natal.