O concurso público para reenchimento de quatro de professores da rede estadual de Educação e especialistas em Educação lotou as escolas estaduais Clóvis Salgado, Paraisense e Benedito Ferreira Calafiori (Ditão), domingo (8/4). No município, mais de mil e seiscentos inscritos, de Paraíso e diversas cidades da região e até de outros estados fizeram a prova: ao todo foram 1.684 candidatos.
Na Escola Estadual Paraisense 434 compareceram para realizar a prova; no Ditão, 277 candidatos e no Clóvis Salgado 641 na parte da manhã e 330 na parte da tarde (para cargos de especialista em Educação). As ausências não foram muito expressivas se comparadas ao número de candidatos que compareceram nos locais de aplicação das provas, foram cerca de 40, 29 e 61 respectivamente; no Clóvis, na parte da tarde foram registrados 40 ausentes.
De acordo com a relação divulgada pela banca organizadora, a Fundação Mariana Rezende Costa (Fumarc), somente para professores no município de São Sebastião do Paraíso, foram disponibilizadas 37 cargos e que foram disputadas por mais de 400 inscritos: para o cargo de professor de Educação Básica, nível 1, de Língua Portuguesa, 136 candidatos disputaram 11 vagas ofertadas no município; de Matemática foram 93 para seis vagas; de Química foram 20 candidatos para uma vaga; de Biologia/Ciências foram 81 candidatos para três vagas; de Filosofia, 13 candidatos para uma vaga; de Física, 21 candidatos para 5 vagas e de Geografia, 85 inscritos para disputar a 10 vagas.
Em São Sebastião do Paraíso não houve relatos de intercorrências durante a aplicação da prova, no entanto a realização do concurso em nível estadual foi marcada por algumas polêmicas que envolveram desde atraso na aplicação do exame previsto para ter início às 8h, mas que começou ás 9h, até vazamento de fotos do caderno de questões, que não era permitido serem levado pelos candidatos.
A Furmarc informou que o atraso ocorrido aplicação da prova aconteceu para que “todos os locais de provas tivessem condições técnicas e de segurança para o início das mesmas”.
Segunda-feira (9/4), a empresa imitiu uma nota de esclarecimento, onde informou que “o concurso da Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais, realizado no dia 8 de abril, enfrentou um problema de logística, o que causou o prolongamento do horário de início das provas em 60 minutos”.
Segundo relata em nota a banca organizadora, o material de apoio aos fiscais, com a lista de presença dos candidatos, que seria destinado a quatro escolas de Belo Horizonte, foi embarcado em veículo da Fumarc com outra rota de distribuição. Com isso, o veículo da Fumarc teve que retornar ao ponto de origem para a destinação correta do material de apoio. “Para garantir aos candidatos as mesmas condições na realização das provas, o início do concurso, em todas as regiões, ocorreu quando as quatro escolas receberam o material de apoio”, afirmou.
A Fumarc informou ainda que “também com o objetivo de respeitar o intervalo entre as provas da manhã e tarde, considerando que muitos candidatos participariam dos dois concursos, o início das provas, neste segundo turno, também foi prolongado. Importante ressaltar: a Fumarc, com 40 anos de experiência na realização de concursos públicos e privados, está apurando os fatos envolvendo este concurso”, completou.
Oficialmente, até o fechamento desta matéria, a empresa não se manifestou sobre os vazamentos envolvendo os cadernos de questões, mas o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-Ute/MG), em nota oficial pondera que caso possa ter sido arquitetado por “grupos que são contra a realização do concurso”.
Em nota, o Sind-Ute ressaltou também a importância da realização do concurso como uma conquista para a categoria e também manifestou espanto com os relatos polêmicos que envolveram a organização e vazamentos ocorridos em algumas cidades do Estado. “Embora o edital não tenha contemplado todos os cargos e carreiras, quase 17 mil vagas foram disponibilizadas para o concurso, constituindo uma importante conquista para os cargos de Professor e Especialista da Educação Básica. O cronograma do concurso foi feito dentro do limite do calendário eleitoral para sua homologação ainda no primeiro semestre de 2018”, informou.
O Sindicado, que acompanhou notícias envolvendo a aplicação da prova, relatou surpresa com notícias que “sugerem um movimento organizado para desmoralizar o concurso. Pessoas fizeram filmagens dentro das salas de prova, fotografias de gabaritos, pacotes de provas, listas de presença e questões de provas, utilização de celulares dentro das salas para posterior divulgação”, ponderou.
Ainda, conforme o Sindicato, na sequência, começou a circular uma orientação de um grupo intitulado "SISDEMG" pedindo que as pessoas enviassem os relatos. “Este grupo é contra concurso público e há muito tempo defende efetivação sem concurso e contrato de cinco anos também sem concurso público. Identificamos que, em outros locais, a realização das provas transcorreu sem nenhum problema”, informou.
“A empresa contratada para a realização de concursos tem vasta experiência nesta área. Não é o primeiro concurso que realiza e foi o que nos causou ainda mais espanto diante dos relatos que recebemos ao longo do dia. Várias imagens divulgadas sugerem que foram feitas e divulgadas por pessoas que trabalharam na aplicação das provas, a serviço da empresa responsável pelo concurso. A permissão de utilização de telefones celulares e outras práticas dentro das salas e nas dependências dos locais sugerem que não houve a correta fiscalização por quem tinha o dever de fiscalizar”, avaliou o Sind-Ute.
De acordo com a coordenadora geral do Sind-Ute/MG, Beatriz Cerqueira, o Sindicato solicitará que o Governo do Estado preste explicações e “investigue as práticas relatada e que os responsáveis sejam devidamente responsabilizados pelos atos criminosos e que as pessoas que fizeram inscrição para o concurso não fiquem prejudicadas. O Sindicato reitera que as práticas identificadas sugerem a existência um movimento organizado contra o concurso”, completou.