Antes de tratar do assunto em si, vamos lembrar o que é a Libéria. A Libéria é uma república africana criada no começo do século XIX para dar abrigo a ex-escravos oriundos dos EEUU; situada na África Ocidental, independente desde o ano de 1847, cuja capital é Monrovia. “Extensão territorial: 111.369 km², Idioma: Inglês (oficial) e línguas regionais, população: 3.954.979 habitantes, Índice de Desenvolvimento Humano (IDH): (baixo), Por Wagner de Cerqueira e Francisco)”. No final do século passado enfrentou uma guerra civil que durou anos, com a morte de mais de 150.000 pessoas e mais de um milhão de refugiados. Quem nasce na Libéria é liberiano.
Vamos falar de um liberi-ano em especial, que é George Weah, presidente do pais, recém empossado. Como jogador de futebol, Weah se transferiu do Tonerre Yaoundé, time camaronês, ao Mônaco em 1988. Em 1992, foi para o Paris Saint-Germain, e em 1995 para o Milan, onde ficou até o ano 2000. Ele ainda contou com passagens rápidas por Chel-sea, Manchester City e Olym-pique de Marseille, antes de encerrar a carreira no Al-Jazira, dos Emirados Árabes, em 2003. Foi eleito melhor jogador do mundo em 1995, se tornando o primeiro e único africano a realizar tal feito.
O caro leitor e leitora deve estar se perguntando o que temos a ver com isto. Mas é simples; em sua posse o Sr. Weah disse o seguinte, “Na nossa reunião quando a guerra chegou a Libéria, através do esporte conseguimos desarmar as crianças pequenas e através dos esportes a Libéria voltou a mesa de negociação para o acordo de paz. Então você vê o poder dos esportes, porque os jovens, eles ficam felizes quando estão em atividade, e através dos esportes muitas crianças podem sair da rua. Eu deixei a rua porque tive a oportunidade de fazer parte dos esportes de minha comunidade. E hoje sou o presidente da república da Libéria, através do esporte”.
Dito tudo isto, lembramos que estamos navegando ao contrário; nos últimos anos abrimos mão de duas praças de esporte e não as substituímos. Os nossos campos de várzea estão sumindo ou abandonados, nossas quadras são doadas e se transformam em instalações privadas. A utilização da arena olímpica para esportes de alta perfor-mance é uma ideia equivocada, pois se estes atletas representam a cidade, não representam totalmente a sua população, pois boa parte deles vem de outros municípios. O esporte como política de inclusão social, como projeto educacional e formação do ser humano, passa obrigatoriamente pela massificação. No Brasil não existe uma política nesta área, mas está na hora de quebrarmos este paradi-gma. Se queremos modificar o país, primeiro precisamos mudar nossa cidade. Mas estamos justamente na contramão. É bom lembrarmos que uma parte considerável de nossa juventude está sem rumo e sem atividade.
Quem visitar o presídio local, fatalmente se assustará com a faixa etária de grande parte dos encarcerados, e com certeza muitos estão ali por conta de crimes cometidos e relacionados ao tráfico/posse de drogas ilícitas. Em 1982 o professor Darcy Ribeiro disse, “”Se os governadores não construírem escolas, em 20 anos faltará dinheiro para construir presídios”. Profético. Instalações esportivas espalhadas por toda a cidade, com professores de educação física trabalhando com todos os jovens em todos os esportes, com certeza teriam evitado boa parte dos problemas sociais que hoje enfrentamos. Esporte é disciplina, forma o caráter do homem e diminui os efeitos do tempo de permanência dos jovens na internet, o que já está se tornando um outro problema.
João Batista Mião
Em tempo, Este jornal publicou em sua edição de 17/03/2017 que a situação do aterro sanitário é preocupante e que o custo de manutenção mensal é de R$ 58.000, 00 mês. Dividindo-se por alto o valor da PECB que foi doada ao SESC por este valor, daria para manter o aterro sanitário por 431 meses, ou seja, 35 anos. Trinta e cinco anos de natureza agradecida.
“A política foi primeiro a arte de impedir as pessoas de se intrometerem naquilo que lhes diz respeito. Em época posterior, acrescentaram-lhe a arte de forçar as pessoas a decidir sobre o que não entendem”. Paul Valéry