SAÚDE ANIMAL

Atendimento Médico Veterinário

Por: Rogério Calçado Martins | Categoria: Saúde | 18-04-2018 09:04 | 2517
Foto: Reprodução

Desde o momento em que o paciente está sob seus cuidados, o médico-veterinário emprega todos os seus esforços e dispõe de todo o seu conhecimento científico na tentativa de curar ou amenizar o problema do paciente. O proprietário, leigo no assunto medicina veterinária, precisa entender que o médico-veterinário tem conhecimento da medicina e sabe qual medicamento e qual procedimento usar nas diferentes situações de doenças. Porém, ele não tem o dom de escolher qual paciente vai responder bem à medicação e melhorar e qual não vai, ou qual vai sobreviver e qual não vai.
O primeiro procedimento é a anamnese, que é a história clínica do paciente, contada pelo seu responsável. A anamnese é, sem dúvidas, a parte mais importante da consulta. Através dessa história clínica, que deve ser bem detalhada, o médico-veterinário irá direcionar todo o protocolo terapêutico. 
Após isso, há o exame clínico e físico do paciente, onde o veterinário irá avaliar todo o estado clinico e o aspecto físico do paciente. Feito isso, ele tanto pode indicar a realização de exames complementares (como radiografia, ultra-sonografia, exames laboratoriais e etc) como pode já administrar e prescrever a medicação que será usada para aquele distúrbio, baseado nas conclusões da consulta. Todos os renomados palestrantes e professores são unânimes em dizer que 70% de um diagnóstico médico se dá na anamnese e no exame clínico e físico do paciente. Os outros 30% são com a ajuda dos ‘exames complementares’, como o próprio nome diz.
Ao fim da consulta, quando o veterinário consegue chegar ao diagnóstico ou pelo menos às suspeitas do que pode estar causando o problema, ele diz isso ao proprietário, inclusive descrevendo como ele chegou à tal conclusão.
Nesse momento, ele irá explicar o que será usado no paciente, desde o que ele aplicará na clinica quanto o que for ser usado em casa. E isto deve ser escrito e entregue ao proprietário do animalzinho, em papel timbrado e devidamente assinado e carimbado pelo médico-veterinário que está procedendo o atendimento.
Feito isso, o proprietário deve seguir corretamente a prescrição e retornar com o paciente à clínica posteriormente, em data pré-agendada pelo veterinário, para saber se haverá continuidade do tratamento por mais dias ou se o tratamento já surtiu o efeito final desejado. Existe, ainda, a hipótese de mais exames elucidatórios. Quando o veterinário marca o retorno, ele calcula esse intervalo de tempo para ação dos medicamentos e resposta orgânica do paciente.
É importante dizer, também, que uma conduta terapêutica nem sempre é igual à outra, ou seja, um médico-veterinário pode, dentro da sua linha de conduta e conhecimento, usar medicamentos e protocolos terapêuticos diferentes dos de outro médico-veterinário, mesmo que seja para tratar a mesma doença. Portanto, desde que haja embasamento científico, existem tratamentos com visões clínicas e condutas diferenciadas entre os profissionais da mesma área.
O objetivo desse texto não é o de julgar ou padronizar qualquer tipo de prestação de serviço médico-veterinário, mas apenas elucidar como ocorre, normalmente, um atendimento clínico veterinário. E, assim como em consultas clinicas, os atendimentos pré-operatórios também exigem avaliação criteriosa e rigorosa sobre o estado clinico e físico do paciente antes de submetê-lo à qualquer procedimento anestésico-cirúrgico, pois por “mais simples” que possa parecer, não existe nenhum procedimento sem riscos, principalmente se pensarmos que não há um controle adequado sobre “com quais parceiros” estão cruzando, ou seja, quais são as “heranças genéticas” que esses filhotes trarão? Isso inclui diversas deficiências, muitas vezes difíceis de serem detectadas, como cardiológicas, imunológicas, endócrinas e etc, já que, em muitas ocasiões animais já com problemas genéticos continuam cruzando livremente e transmitindo seus genes defeituosos para suas crias (e, às vezes, mais de uma vez).
Além disso, é importante dizer que os médicos-veterinários conduzem todos os seus esforços sempre para o benefício de seus pacientes, e NUNCA ao contrário disso, ou seja, não é justo e nem correto imaginar que um profissional engajado, diariamente, em cuidar, tratar e salvar vidas possa pensar e/ou agir de modo diferente disso! O objetivo é SEMPRE aliviar, anular ou acabar com o desconforto e sofrimento dos animais.




*ROGÉRIO CALÇADO MARTINS – médico-veterinário – CRMV/MG 5492
*Especialista em Clínica e Cirurgia Geral de Pequenos Animais (Pós-graduação “lato sensu”)
*Membro da ANCLIVEPA (Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais)
*Consultor Técnico do Site  www.saude animal.com.br
*Proprietário da Clínica Veterinária VETERICÃO (São Sebastião do Paraíso/MG)