TRÂNSITO

GM evita caos no trânsito devido a manutenção da Cemig em Paraíso

Por: Roberto Nogueira | Categoria: Cidades | 28-04-2018 17:05 | 2405
Cemig realizou atividades de manutenção e substituição de equipamentos da rede elétrica, no centro da cidade
Cemig realizou atividades de manutenção e substituição de equipamentos da rede elétrica, no centro da cidade Foto: Roberto Nogueira

A Cemig realizou na quinta-feira (26/4), em vários municípios mineiros um trabalho de prevenção contra os consumidores que insistem em praticar furto de energia - popularmente conhecido como "gato". Em São Sebastião do Paraíso a empresa realizou um serviço de manutenção na avenida Angelo Calafiori, o que deixou parte da região sem energia. A iniciativa, sem comunicado prévio, motivou um operação de emergência da Guarda Municipal que precisou sinalizar a via e orientar os condutores de veículos para os desvios e rotas alternativas já que os semáforos ficaram sem funcionar por cerca de quatro horas.
Conforme anúncio da Cemig, a empresa esta fechando o cerco contra o furto de energia. Na quinta-feira, 25, foi realizada uma operação que ocorreu simultaneamente em vários municípios em várias regiões do Estado. Na ofensiva contra irregularidades, cerca de 400 clientes foram visitados para vistoria e outros 1.700 tiveram o fornecimento de energia cortado. Em Paraíso foi realizado troca de postes e equipamentos e manutenção preventiva.
No entanto, o trabalho realizado sem aviso prévio, pelo menos para a Prefeitura, motivou que a Secretaria Municipal de Segurança Pública, Trânsito e Transportes, tivesse que montar uma operação emergencial através da Guarda Municipal de apoio ao trânsito para evitar maiores transtornos no centro da cidade. Foi necessário fazer a sinalização na avenida Angelo Calafiori nos cruzamentos com a rua Dr. Placidino Brigagão, avenida Delfim Moreira, que também teve parte da via interditada e no entroncamento com a rua dos Antunes.
A secretaria protestou contra a falta de aviso prévio sobre a manutenção, mas confirmou o envio de uma equipe para o local a fim de dar apoio e orientar nos semáforos que pararam de funcionar devido à falta de energia. Como o trecho é de trânsito intenso, principalmente no horário de almoço e entrada e saída de escola, além de fazer a ligação entre diferentes regiões da cidade, foi preciso a intervenção. A medida evitou que condutores e pedestres fossem ainda mais prejudicados com o serviço não informado pela empresa que o realizou. A Secretaria Municipal de Segurança Pública, Trânsito, Transportes e Defesa Civil anunciou que pretende notificar a Cemig para que isto não ocorra novamente.
No balanço divulgado pela Cemig da operação realizada no Estado a empresa informa que na ofensiva contra irregularidades, cerca de 400 clientes foram visitados para vistoria e outros 1.700 tiveram o fornecimento de energia cortado. Durante a operação, foram encontrados 150 equipamentos com indícios de fraudes, cerca de 40% dos medidores inspecionados. Os equipamentos suspeitos foram retirados e levados para perícia no laboratório da companhia. Além das inspeções, também foram executados cerca de 1.700 cortes por inadimplência.
As ligações irregulares e clandestinas geram prejuízo anual de aproximadamente R$ 300 milhões à companhia. De acordo com o engenheiro de planejamento energético da Cemig, Armando Rocha, a tarifa dos consumidores mineiros poderia ser até 5% mais barata se não houvesse ligações irregulares e clandestinas na área de concessão da Cemig. Por isso, a companhia investe em operações e possui, ainda, um centro de inteligência que acompanha o consumo em tempo real de todos os seus clientes.




PRÁTICA É CRIMINOSA
Caso seja confirmada a irregularidade pela Cemig, o titular da unidade consumidora pode responder criminalmente, já que a intervenção é crime previsto no artigo 155 do Código Penal e prevê multas e pena de um a oito anos de reclusão, além da obrigação de ressarcimento de toda a energia furtada e não faturada em até 36 meses, de forma retroativa.
As ligações irregulares e clandestinas representam a segunda maior causa de mortes com eletricidade no Brasil, atrás apenas de acidentes fatais na construção civil e manutenção predial. A população pode denunciar irregularidades pelo telefone 116. O risco de acidentes decorre da falta de padronização e de proteção adequada das ligações ilegais, que muitas vezes deixam os cabos de energia expostos.