O Diário Oficial da União publicou na edição de quarta-feira, 30, o parecer final do Conselho Nacional de Educação, que aprovou a implantação pela Universidade Federal de Lavras (Ufla) do curso de Bacharelado Interdisciplinar em Ciência, Tecnologia e Inovação. A aprovação ocorreu com parecer favorável do relator Maurício Eliseu Costa Romão. A medida estabelece a oferta inicial do curso o primeiro a ser implantado pela instituição no município.
Conforme a publicação trata-se de credenciamento do campus fora da sede da Universidade Federal de Lavras (Ufla) que será instalado em São Sebastião do Paraíso. O voto foi favorável e já possibilita a oferta inicial do curso de Bacharelado Interdisciplinar em Ciência, Tecnologia e Inovação. O campus integrará o conjunto da Universidade e terá as prerrogativas de autonomia, com decisão favorável da Câmara.
O prefeito de São Sebastião do Paraíso, Walker Américo Oliveira destacou a relevância da publicação. "É importante para nós esta publicação do braço da Ufla em Paraíso, com a vinda do primeiro curso para a nossa cidade. Isto é fruto da união da força política e da soma de esforços de todas as nossas lideranças como o Legislativo, o Executivo, os nossos deputados estadual e federal e até mesmo a reitoria da Ufla conseguimos avançar mais um passo importante para todo município e toda a região", opina. Ele disse esperar que o quanto antes seja possível ver funcionando a Universidade Federal em São Sebastião do Paraíso. "É mais uma vitória e mais uma conquista em prol da nossa comunidade. Peço a Deus que estas coisas se concretizem o quanto antes".
Em relação ao SESC a expectativa é de que os desafios burocráticos também sejam superados. "Nesta primeira semana de junho teremos outra reunião em Belo Horizonte e, aos poucos passo a passo, a gente sabe da burocracia que é, vamos conseguindo vencer todos os entraves e obstáculos que vão surgindo no meio do caminho", acrescenta.
O reitor da Ufla, José Roberto Soares Scolforo destaca que a implantação do campus da Ufla é uma responsabilidade enorme, pois, há muito tempo é esperada pela população do sudoeste mineiro, e, além disso, é a primeira e talvez a única unidade Ufla fora de Lavras. "Queremos que a população paraisense e de todo o entorno tenha a certeza de que este é um projeto que tem início e conclusão em um prazo razoável, mas principalmente com qualidade de ensino, de geração de ciência, tecnologias, e produtos inovadores, que irão nos permitir formar muito bem os nossos estudantes e também que arranjos produtivos locais sejam estabelecidos e gerem mais desenvolvimento para a região", anuncia.
De acordo com o Ministério da Educação a decisão de implantar o campus na cidade obedece ao planejamento estratégico das universidades. A iniciativa prioriza as vocações regionais e no caso de São Sebastião do Paraíso, a agroindústria, que tem uma força muito expressiva. O fato de São Sebastião do Paraíso ser referência na agroindústria em Minas Gerais foi fundamental para a escolha da Ufla, segundo o reitor José Roberto Scolforo. "A Ufla fez a opção de vir para Paraíso porque nós observamos que esta é uma região estratégica, pois tem a pujança do agronegócio. Com esse campus, nós poderemos contribuir muito para a economia local. E o foco que vamos trabalhar aqui é a questão de cursos de engenharia voltados para a inovação tecnológica", afirmou.
TECNOLOGIA
Inicialmente, o campus Paraíso pretende ofertar os cursos de bacharelado interdisciplinar em ciência e tecnologia (BICT), com duração de três anos, e três cursos de engenharia (produção, software e uma terceira com a nomenclatura ainda a ser definida), com duração de dois anos. O curso terá como fio condutor a formação para a ciência e a tecnologia relacionadas com o agronegócio e com o arranjo produtivo agropecuário.
Em um segundo momento, quando seguirem estudos para formação de pesquisadores o bacharelado poderá ingressar em programas de mestrado ou doutorado. Todos os ingressantes das engenharias terão como formação inicial o BICT. Concluída essa etapa, poderão optar por um dos três cursos ofertados no campus. A previsão é que cada curso de engenharia conte com 60 vagas anuais, totalizando 180 vagas anuais na graduação. Posteriormente, o campus pretende oferecer também um programa de mestrado profissional em tecnologias para a agroindústria.
O projeto prevê que o campus seja implantado em uma área de 150 mil m², no bairro de Jardim Mediterranée. O espaço já possui ampla infraestrutura de urbanização, o que ajuda na agilização das obras. A área, que pertencia ao Serviço Social do Comércio (Sesc), está sendo cedida para a prefeitura doar à universidade, recebendo em troca as instalações da praça de Esportes Castelo Branco, em uma transação já autorizada pela Câmara.