GP de Mônaco é sempre um pouco do mesmo. Quando há um carro dominador, e nenhum fator extrapista para embaralhar as cartas, dá no que deu domingo passado, um trenzinho formado pelas mesmas posições de largada dos seis primeiros.
O único que poderia apimentar a disputa pela vitória seria Max Verstappen, mas este cometeu mais um erro (bobo) ao bater no treino livre de sábado, ficou de fora do treino de classificação e teve que largar em último para terminar apenas em 9º. E sem adversários na única pista em que a Red Bull tinha condições de competir em igualdade de condições contra Mercedes e Ferrari já que em Mônaco a potência do motor não é impactante, Daniel Ricciardo fez barba, cabelo e bigode. Liderou todas as tomadas de tempo dos treinos e a corrida de ponta a ponta. Só faltou fazer a volta mais rápida da prova – que ficou com Verstappen – para selar um final de semana 100% de domínio.
Mas a vitória do australiano foi cercada de drama que por muito pouco não foi para o espaço devido a um problema no sistema de recuperação de energia cinética (MGU-K) desde o primeiro quarto da prova, que o fez perder potência e em seguida ficar sem duas marchas. Sorte que os problemas aconteceram numa pista onde dificilmente se consegue ultrapassar, e que a potência do motor muitas vezes conta menos que o braço do piloto. Ricciardo superou com maestria as dificuldades, alterando seu estilo de pilotagem para impedir um ataque de Sebastian Vettel que até tentou, mas não conseguiu.
Apesar do drama vivido pelo boa gente, Daniel Ricciardo, o GP de Mônaco foi muito criticado por outros pilotos. Lewis Hamilton, 3º colocado, disse que “se estivesse no sofá de casa assistindo, teria dormido”. Fernando Alonso foi ainda mais crítico ao dizer que “foi uma das corridas mais chatas da história da Fórmula 1” e depois ironizou no twitter que iria assistir a uma corrida de verdade, referindo-se as 500 Milhas de Indianápolis.
Mas por que o GP de Mônaco foi tão ruim assim? Primeiro porque o risco de fazer uma segunda troca de pneus para ter o carro mais rápido na parte final da prova e ficar preso atrás de carros mais lentos era maior do que perder a posição em que se estava. Segundo porque sem a chuva ou Safety Car, a corrida vira mesmo procissão.
Mas existem outros dois fatores interferindo diretamente no desenrolar das corridas. Um deles são os novos pneus que a Pirelli projetou com o propósito de serem mais macios e menos resistentes que os do ano passado em que a maioria das corridas teve apenas um pit stop. De fato, os compostos de 2018 são bem mais macios que os de 2017, e em Mônaco as equipes estrearam o novo hipermacio, identificado pela cor rosa, um quase “chicle-tão” de tão macio. Mesmo assim as 78 voltas se resolveram com um único pit stop para a maioria dos pilotos.
O problema é que os pilotos precisam “correr de vagar”! Pode parecer estranho, mas é o que acontece devido ao regulamento que permite o uso de apenas três motores para cada piloto se virar nas 21 etapas do campeonato.
Hoje, mais do que nunca os pilotos correm economizando combustível, já que existe um limite de consumo de 105 kg por corrida (na Fórmula 1 não se fala em litros, e sim, quilos de combustível); pneus, além de poupar a vida útil dos motores que precisam resistir a 7 GPs.
A monotonia do domingo passado não foi nem tanto o GP de Mônaco em si, e sim o regulamento que precisa ser revisto, mas isso só deve acontecer em 2021 com uma extensa mudança que está por vir.
PRA ONDE VAI JORGE LORENZO?
Jorge Lorenzo vive o pior momento da carreira desde o ano passado sem nenhuma vitória com a Ducati. Sua saída é iminente, mas pra onde vai o bicampeão da MotoGP? Boatos apontam para uma equipe satélite da Yamaha, deixando de ser piloto de equipe de fábrica pela primeira vez. Neste final de semana tem o GP da Itália, em Mugello.