A Vigilância em Saúde em São Sebastião do Paraíso tem mantido o ritmo para controlar e tentar erradicar os números da dengue no município, que já possui 22 casos notificados neste início de ano. Paraíso passou por um período de grande preocupação em 2015, devido ao alto índice de casos da doença e ficou de sobre alerta em 2016, devido à temeridade da reincidência. Neste ano, os números estão sob controle, mas, conforme ressalta a coordenadora da Vigilância em Saúde, Daniela Cortez Aguiar, ainda existe a preocupação e o setor tem se mantido alerta.
Do início do ano, até agora, foram notificados cerca de 22 casos, dos quais oito resultados, três foram positivos para a doença e cinco descartados; os casos de infestação, conforme explica a coordenadora, foi contraído dentro do próprio município. A Vigilância ainda aguarda o resultado de quatorze casos notificados. “Estamos aguardando esses resultados, porque o material que é colhido aqui em Paraíso e encaminhado para a Funed em Pouso Alegre, que recebe material de grande parte do estado e por isso demora um pouco para retornar os resultados”, elucida.
Sobre os poucos casos confirmados, Daniela ressalta que não se pode deixar de se preocupar com a dengue. “É uma doença que quando menos esperamos, se torna um boom. Felizmente o perfil epidemiológico, não somente de São Sebastião do Paraíso, mas de toda a região, vem diminuindo. Se comparamos o ano de 2016, com este mesmo período do ano, estamos com uma queda drástica nos casos positivos. Esse ano, estamos muito bem nesse sentido. Mas, conforme analisávamos, as chuvas se prolongaram por um tempo maior, então pode ser, que de agora para frente, esse índice aumente”, comenta.
Os baixos índices da dengue, segundo explica a coordenadora, tem uma relação direta com as chuvas e clima pouco propício para desenvolvimento da doença. “O mosquito ainda não teve essa condição. Mas podemos dizer que aqui em Paraíso temos alto índice de infestação do aedes aegypti e temos que trabalhar essa redução, trabalhar a conscientização da população para que mantenham os seus quintais limpos e, consequentemente, a redução desses índices. Isso depende de cada um e estamos sempre muito presentes fazendo estes alertas”.
OUTRAS DOENÇAS
Os dois últimos anos foram marcados pelo surgimento e grande preocupação com outras duas doenças: o zica vírus e chikungunya, transmitidas também pelo aedes aegypti. Neste ano, a preocupação aumentou com o grande número de casos de febre marela. A coordenadora ressalta que existe uma preocupação com essas doenças, mas que ainda não houve casos em Paraíso.
“O combate ao Aedes é o combate ao vetor. Se conseguirmos isso, consequentemente conseguiremos reduzir e erradicar a aica, chikungunya e febre amarela. Sobre a febre amarela, temos trabalhado com o bloqueio vacinal, intensificando a vacinação, principalmente, na zona rural, porque existe a suspeita devido àquele primata que foi encontrado morto em Paraíso e que está sendo investigado, apenas aguardamos o resultado. No entanto, tudo leva a crer que o exame deve dar negativo, mas precisamos desse resultado para confirmar”, acrescenta.
Em Paraíso, conforme destaca Daniela, das doenças transmitidas pelo aedes houve apenas notificação de dengue. “Aumentou muito a procura pela vacina da febre amarela. A população procurou as salas de vacinação, que foi realizada conforme de praxe – somente aquelas pessoas que precisavam da dose. Não fizemos campanha, o que fizemos foi intensificação, principalmente, na zona rural que é onde, neste momento, está acontecendo a transmissão da doença que não chegou à zona urbana. Mesmo assim, houve procura significativa pela vacina. Com isso, estamos com uma cobertura boa da vacinação no município; quem estava com o cartão atrasado, pode atualizar”, destaca.
A coordenadora ressalta ainda a importância da imunização. “Existe a doença e o agente transmissor nestas áreas silvestres, e com a ida do homem a essas localidades, principalmente devido ao turismo, como é o caso de Delfinópolis, onde foi confirmada à doença a doença, com a falta da imunização ele acaba sendo contaminado, e foi o que aconteceu”, completa.
AÇÕES
O coordenador do Controle de Zoonoses, Gustavo João Bernardino, comenta que ações de bloqueio continuam nos pontos onde há focos da doença. “Os bloqueios continuam conforme a demanda dos locais onde há confirmação da doença. É um trabalho de suma importância porque é ele que vai destruir o mosquito infectado que existe naquela região. As ações continuam e tem que ser imediato porque o mosquito não para”, destaca.
Gustavo diz que a situação no município em 2015 e 2016 foi um aprendizado. “As pessoas ficaram com medo e viram o perigo que é a doença, isso despertou a população, foi o que refletiu na redução do número de notificações. Temos também contato com o apoio dos agentes de saúde que tem feito orientações e em alguns casos destruindo os focos do mosquito, o que tem sido de uma ajuda muito importante”, acrescenta.
Sobre o comitê da dengue, o coordenador comenta que deve haver algumas mudanças em razão da troca de gestão do Executivo. “Nos próximos dias vamos marcar uma reunião com o comitê para adotar as estratégias de combate à Dengue, entre elas a nossa tradicional caminhada de enfrentamento à doença. Estamos apenas esperando esse período de greve das escolas passe, porque precisamos desse público e para ter a parceria da Secretaria de Educação e 35ª Superintendência Regional de Ensino”, completa.
A coordenadora Daniela Cortez ressalta que o Ministério da Saúde preconiza que o índice aceitável de infestação é 1%. “Se há esse índice, nós conseguimos controlar e erradicar a doença. No entanto, estamos com índice bem mais alto, cerca de 6.9%. Existe o mosquito, a doença e a preocupação, mas estamos alerta e correndo atrás para reverter esse quadro”, completa.
SEMINÁRIO DE IMPLANTAÇÃO DA POLÍTICA ESTADUAL DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE]
Foi realizado em Capitólio entre os dias 21 e 23, um seminário que reuniu toda a região da gerência da Superintendência Regional de Saúde de Passos. De acordo com Daniela Cortez, a razão foi padronizar as ações da Vigilância em Saúde em toda a região.
“Neste seminário estudamos todas ações e estratégias de combate as doenças epidemiológicas, tendo como base a nova legislação que estabelece novos indicadores para que nós trabalhemos a partir deste ano. Foram três dias de muito aprendizado. O estado preconiza essas metas já visualizando todo o andamento da Vigilância em Saúde e combate às doenças”, completa.