Na gestão da então prefeita Marilda Petrus Melles, em julho de 2004 através do decreto 2.831 foi aprovado loteamento denominado “Recanto Feliz”. O artigo primeiro do referido decreto menciona que “nos termos das leis municipais de números 3.094 e 3.097 e da lei federal 6.766 de dezembro de 1979, fica aprovado o loteamento denominado “Recanto Feliz” de propriedade da empresa “Modelo Agropecuária e Imobiliária Ltda”.
No artigo 2.º consta que além do fiel cumprimento da legislação pertinente, correrá por conta da empresa proprietária do loteamento a execução dos serviços de infraestrutura, compreendendo a abertura de vias de acesso e de circulação, pavimentação ou compactação com utilização de cascalho ou outro material aprovado. Também a implantação de poços artesianos ou outro meio de captação de água potável, depósito e rede de água potável, rede de escoamento das águas pluviais, rede de energia elétrica e solução para o escoamento de esgotos sanitários, com estrita e rigorosa obediência ao disposto no artigo 2.º da Lei Municipal de n.º 3.094, seus incisos e parágrafos.
Sobre o mesmo caso, o ex-prefeito Mauro Lúcio da Cunha Zanin, em 8 de novembro de 2005 através de decreto determinou para que o proprietário do loteamento concluísse todo o serviço de infraestrutura, e caso não cumprisse haveria penalidades administrativas cabíveis, e que lotes poderiam ser “caucionados”. O decreto que aprovou o loteamento completará 14 anos no próximo dia 5 de julho.
Já se passaram doze anos que venceu o prazo para a conclusão total dos serviços no loteamento, e por isso, com total razão vários moradores que residem nas chácaras Recanto Feliz procuraram o Jornal do Sudoeste para solicitar ao prefeito Walker Américo, à Câmara Municipal e também ao deputado estadual Antonio Carlos Arantes para que ajudem e se empenhem junto à CEMIG e demais setores competentes para que seja colocada energia elétrica no loteamento.
Nele moram aproximadamente 40 famílias, dentre eles o casal de idosos, João Lopes Moreira, 85 anos, e sua esposa, Gercina Sudária Moreira, 83 anos, que residem há sete anos no referido local. A água para se banharem é aquecida com serpentina, energia gerada por placas solares. Não há chuveiro elétrico nem geladeira, reclama Sr. José Rosa, primeiro morador no loteamento há 12 anos, indignado com a falta de consideração e respeito para com os moradores.
O casal Marcílio das Graças da Silva e Cleusa Batista da Silva, residem no local há nove anos, dizem sofrer pelo mesmo “descaso”, aliás, são dezenas de famílias, o que é inconcebível.
Deusdete Francisco de Almeida, reside com sua família há sete anos no Recanto Feliz. Usa a bateria de seu veículo para gerar energia para sua residência. Disse se sentir “desprezado” pelas autoridades paraisenses. Algumas, conforme disse, já estiveram lá, principalmente vereadores que prometeram colocar a energia elétrica, mas simplesmente desapareceram.
São cerca de 40 famílias que estão sem energia elétrica. Na parte mais alta do loteamento, distante uns trezentos metros da parte baixa, existe um transformador, não está difícil levar a energia até as residências, disse Sr. Marcílio. “Estamos fazendo um abaixo-assinado para ser entregue ao prefeito, à Câmara, porque o proprietário do loteamento não está nem aí conosco”, afirma.
O “Recanto Feliz” se localiza as margens da estrada municipal na região do bairro Morro Vermelho, pouco acima da ponte do Córrego dos Pilões.
Em 27 de abril deste ano o presidente Michel Temer assinou decreto para prorrogar o programa Luz para Todos até 2011. Foi lançado pelo então presidente Lula em 2003, e segundo informações até dezembro de 2017 mais de 16 milhões de pessoas foram beneficiadas, e o governo quer alcançar mais de dois milhões na zona rural. Que nossas autoridades corram atrás.