Muitos dos que assistirão ao GP da França neste domingo sequer eram nascidos quando a Fórmula 1 correu pela última vez no Circuito de Paul Ricard, em Le Castellet. A última vez que a categoria esteve lá foi em 1990, prova vencida por Alain Prost com a Ferrari, seguido por Ivan Capelli com a Leyton House, e Ayrton Senna com a McLaren.
Foi uma corrida interessante. O asfalto extremamente liso e sem ondulações era perfeito para os delicados – e problemáticos – carros da Leyton House, projetados pelo hoje diretor técnico da Red Bull, Adrian Newey. O modelo CG901 empurrado pelo fraco motor Judd V8 era muito sensível a qualquer irregularidade da pista, e devido a uniformidade do asfalto, os carros da pequena equipe inglesa se comportaram bem e deram trabalho para a Prost.
Capelli e Mauricio Gugelmin não pararam para trocar pneus e assumiram as duas primeiras posições da prova. Gugelmin acabou abandonando na volta 58 com motor quebrado, mas Capelli liderou da 33ª à 77ª volta quando foi ultrapassado por Prost há três voltas da bandeirada.
A partir do ano seguinte o GP da França foi para Magny-Cours onde ficou até 2008, este último vencido por Felipe Massa, com a Ferrari. Depois de um longo hiato, a França resgata o seu tradicional GP, e o mais importante: Em Paul Ricard, de onde nunca deveria ter saído.
Apesar de as atenções do esporte estarem voltadas para a Copa da Rússia, a Fórmula 1 chega para a oitava etapa do campeonato com empate técnico entre Vettel e Hamilton. Apenas um ponto separa os dois (121 a 120). Não poderia ser melhor a disputa entre dois tetracampeões restando ainda outras 14 etapas para o final da temporada.
Nas sete corridas disputadas até aqui, a ‘bola da vez’ já foi a Mercedes, depois a Ferrari, voltou para o time alemão – a Red Bull ensaiou intrometer entre as duas – e agora parece ser novamente a Ferrari depois da vitória tranquila de Vettel no Canadá. As frequentes mudanças de lado na relação de forças tem a ver com as condições de pista, de temperatura, de pneus, o que tem tornado o campeonato interessante e imprevisível, ainda que algumas corridas tenham tido poucas ultrapassagens.
A semana começou com a notícia do divórcio de 12 anos da Red Bull com a Renault. A partir de 2019, a mesma Honda que foi chutada pela McLaren, será a fornecedora de motores da equipe austríaca que há tempos anda insatisfeita com as unidades de potência fornecidas pela Renault.
Mas quem chegou sorrindo de uma orelha à outra em Paul Ricard, foi Fernando Alonso, que ao lado de Sebastian Buemi e Kazuki Nakajima, venceu no domingo passado as 24 Horas de Le Mans, quebrando um tabu da Toyota de nunca ter vencido a famosa prova de endurance. Agora só falta triunfar nas 500 Milhas de Indianápolis para Alonso conquistar a ‘Tríplice Coroa do Automobilismo’, objetivo que ele traçou quando percebeu que as portas de outras equipes se fecharam para ele na Fórmula 1, e a McLaren ainda vai levar tempo para voltar a ser time vencedor. É real, portanto, dizer que Alonso pode deixar a Fórmula 1 no final do ano para se dedicar de corpo e alma nas 500 Milhas de Indianápolis.
A Pirelli levou os pneus macios, supermacios e ultramacios para o GP da França, porém sua composição é semelhante à usada na Espanha, com a banda de rodagem mais fina, o que fez a Ferrari se perder no acerto do carro enquanto a Mercedes passeou naquele fim de semana. É mais um ingrediente para prender as atenções deste que será o 59º GP da França, com largada às 11h10, ao vivo no canal SporTV.