SAÚDE ANIMAL

Cães: Comportamento Territorial

Por: Rogério Calçado Martins | Categoria: Saúde | 24-06-2018 20:06 | 3240
Foto: Reprodução

A marcação do território é um comportamento comum a todos os cães, qualquer que seja sua raça, sexo ou idade. É um meio de comunicação que varia muito em função do “status social” do cão.
O desenvolvimento de sistemas de comunicação é uma necessidade das espécies domesticadas, principalmente os carnívoros, como o cão e o gato. Depósitos de urina e fezes são essencialmente utilizados para a marcação territorial. É uma marcação ao mesmo tempo visual e olfativa.
A comunicação olfativa utiliza mensagens químicas chamadas “feromônios”, que são hormônios que transmitem informações entre os indivíduos de uma mesma espécie. Eles desencadeiam no indivíduo receptor uma resposta comportamental ou fisiológica. Essas substâncias são liberadas pelas glândulas das bolsas anais (ad-anais ou para-anais), as glândulas perineais, as glândulas faciais, as glândulas situadas nos espaços interdigitais das almofadas dos pés e pela glândula supra caudal.
Esses feromônios estão presentes também na saliva, fezes e, sobretudo, na urina. A liberação desses feromônios e, em particular, fezes e urina, é mais comum em âmbitos sexuais e territoriais, servindo para comunicação e troca de informações.
Os feromônios associados à defesa de território são de origem podal (pés) e urinária, e são liberados durante a fase de intimidação da agressão territorial. O cão passa os pés vigorosamente sobre o chão e urina nessa área levantando um dos membros traseiros. Quando um “dominado” fareja um depósito de urina liberado por um “dominante”, tende a emitir sinais de submissão.
Aparentemente (segundo pesquisas sobre comportamento animal) os feromônios propagam informações de ordem hierárquica. Os cães urinam em locais estratégicos e de importância social (pés de mesas, de camas, porta de entrada da casa, corredor, etc). Certos cães até defecam em cima de camas, no braço de sofás, isto é, sempre em lugares muito visíveis. Essas atitudes tratam-se sempre de conflito hierárquico homem-cão, nada mais do que “disputando o território” em que vivem, mesmo que com um animal de outra espécie. 




*ROGÉRIO CALÇADO MARTINS – médico-veterinário – CRMV/MG 5492
*Especialista em Clínica e Cirurgia Geral de Pequenos Animais (Pós-graduação “lato sensu”)
*Membro da ANCLIVEPA (Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais)
*Consultor Técnico do Site  www.saude animal.com.br
*Proprietário da Clínica Veterinária VETERICÃO (São Sebastião do Paraíso/MG)