Assustado com o tamanho da tragédia que assola nosso país com a morte prematura de jovens, objeto de matéria publicada no Jornal Folha de São Paulo do dia 06/06/2018, página B-1, encaminhei a este Jornal um texto que os Srs. gentilmente publicaram em sua página 2, edição do dia 13/06/2018, o que me deixou muito lisonjeado e agradecido. O mesmo jornal Folha de São Paulo publicou em 11/06/2018, página B-1, matéria que pre-cifica o custo da vida de jovens de 13 a 25 anos ceifadas no Brasil.
Cada vida interrompida custa ao país R$ 550 mil, tendo custado em vinte anos a bagatela de 450 bilhões. Isto foi concluído em um estudo da Secretaria de Assuntos Estratégicos do governo federal e este cálculo foi possível quando se observou os gastos do setor público e privado em perda da capacidade produtiva, seguros e danos materiais, encarceramento, serviços médicos e terapêuticos, segurança e custas judiciais.
Na mesma Folha de São Paulo de 17/06/2017, pagina B-1, consta a notícia de que 62% dos jovens brasileiros desejam ir embora do Brasil, por razões diversas.
Como nos dias de hoje, em algumas áreas e por algumas pessoas a observância de comportamentos éticos, cristãos, fraternos e de respeito às desigualdades, são vistos como fragilidades e dispensáveis, aí está um motivo para mudarmos nossa maneira de pensar. Se somos rentistas e o nosso Deus se chama mercado, está provado que revisarmos nosso ponto de vista e nossos atos, faz bem a todos e economiza recursos.
Será que temos de entregar aos nossos jovens uma nação que não lhes transmite esperança e nem lhes proporcione oportunidades? Será que seremos no futuro um país de gente velha e perdida na incompetência de ter transformado esta terra, vivendo à custa de uma previdência que não é nenhum exemplo de eficiência, longe de nossos filhos?
É ao que parece levar as medidas que infelizmente nossos governantes vêm tomando. Não vemos a criação de políticas públicas direcionadas ao jovem, como escola integral, esporte massificado, incentivos na área cultural, a disponibilização de ocupação lícita e saudável, etc. para esta faixa etária que nem começou a viver e já está sendo dizimada e expulsa de sua terra.
Aliás, temos exemplos que levam ao contrario na nossa cidade e no governo federal: aqui na cidade a doação de uma praça de esporte pública para iniciativa privada vai limitar o acesso de muito jovem a práticas sadias. O corte de verbas para o esporte e a cultura e principalmente do Fies, como amplamente noticiado, do governo federal é um crime absurdo. E estes recursos estão sendo direcionados para a Segurança Pública, sendo usados como panaceia para fazer campanhas políticas. O esporte, a cultura, a oportunidade igual para todos e a esperança retiram o jovem do meio inóspito e violento que muitas vezes é sua única opção. Esta política não é um tiro no pé. Isto é a certeza de que está sendo cavado um fosso intransponível em nossa sociedade, que no futuro fatalmente nos atingirá em cheio.
É hora de repensarmos nossos valores e tratar este assunto como de extrema urgência e com a seriedade devida, pois nosso futuro está indo para o ralo da estupidez, da ignorância e do preconceito.
Vamos tentar mudar a história do Brasil e desta geração. Isto é responsabilidade de cada um de nós, também.
João Batista Mião - São Sebastião do Paraíso.
“Não perguntes o que a tua pátria pode fazer por ti. Pergunta o que tu podes fazer por ela. “ Jonh Kennedy