Em estatísticas de vitórias e títulos a McLaren só perde para a Ferrari. Mas não vence o campeonato de construtores desde 1998. Não vence o de pilotos desde 2008. E não ganha uma corrida desde o GP do Brasil de 2012. Não parou por aí: a última vez que um piloto da McLaren subiu ao pódio foi no GP da Austrália de 2014(!), quando ainda usava os motores Mercedes.
Todo o estardalhaço que a McLaren fez com a Honda, muito por conta da pressão exercida por Alonso que cobrava performance dos motores, agora está mais do que provado que o departamento técnico da equipe tinha tanta culpa nos erros de projeto dos carros quanto os japoneses na falta de potência e resistência do motor. A McLaren trocou as unidades de potência (como são chamados os complexos motores da Fórmula 1) da Honda pelas da Renault. Mais: deixou de receber investimento pesado da Honda que além de fornecer os motores, injetava cerca de 70 milhões de euros no orçamento da equipe que agora tem que pagar pelas unidades de potência da marca francesa.
E até aqui a McLaren não justificou a humilhação causou a Honda quando alegava que o seu chassi era um dos melhores da Fórmula 1 e que com um motor melhor venceria corridas. Em Silverstone, o diretor executivo, Zak Brown, admitiu publicamente que “definitivamente não tínhamos o melhor chassi do ano passado”.
A McLaren ocupa a 6ª colocação do Mundial de Construtores com 44 pontos contra 247 da Ferrari, 237 da Mercedes, 189 da Red Bull e 62 da Renault depois de 9 etapas.
Observe que das equipes empurradas pelos motores da marca francesa, a Red Bull, e a própria Renault, a McLaren é a última delas. Alguma coisa tinha que ser feita. Alguma cabeça teria que rolar, e rolou a do diretor esportivo, Eric Boullier que estava na equipe desde o início de 2014.
A situação de Boullier que já não era boa tornou-se insustentável depois que engenheiros e mecânicos da McLaren se sentiram ofendidos ao receber ‘chocolates’ como recompensa por metas cumpridas. “Trabalhamos dia e noite suando sangue e recebemos barrinhas de chocolate de U$S 0,25 como recompensa”, bradou um funcionário.
Quem assume o cargo de diretor esportivo é o ex-piloto brasileiro Gil de Ferran, campeão das 500 Milhas de Indianápolis e bicampeão da F-Indy. Quando parecia que Gil encabeçaria o projeto da McLaren na F-Indy, ele agora pode ser a esperança de manter viva a motivação de Alonso para seguir na equipe. Ao lado de Gil, Zak Brown promoveu Andrea Stella como diretor de performance, outro homem de confiança de Alonso.
A Fórmula 1 está no terceiro final de semana seguido de GP, que é inédito na história da categoria e exigiu enorme esforço logístico para ir da França para a Áustria, e de lá para Silverstone, na Inglaterra.
Domingo passado Max Verstappen surpreendeu ao vencer com maturidade administrando o elevado consumo de pneus no Circuito Red Bull Ring numa corrida em que pela primeira vez dedes o GP da Espanha de 2016 a Mercedes não via seus dois carros abandonar uma corrida. A falha na bomba de gasolina do motor de Hamilton interrompeu também o ciclo de 33 GPs consecutivos que marcava pontos. Sebastian Vettel terminou em 3º na Áustria e retomou a liderança do campeonato com 146 pontos, um a mais que Hamilton.
Em Silverstone, pista que exige muito dos pneus, a Pirelli disponibilizou novamente os pneus com a banda de rodagem mais fina, mesmo tipo usado na Espanha e na França para evitar superaquecimento. Em ambas a Mercedes se deu muito bem com esses pneus, e a Ferrari não. As estatísticas de Silverstone apontam larga vantagem de Hamilton no confronto com Vettel: 5 a 2 em número de pole posisiton, e 5 a 1 em número de vitórias. Por outro lado, entre as equipes a Ferrari já venceu 12 vezes contra 4 da Mercedes.