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Santa Casa de Passos recua e deve redirecionar pacientes cardiológicos para HCor em Paraíso

Por: João Oliveira | Categoria: Saúde | 14-07-2018 15:07 | 6713
Hospital do Coração de São Sebastião do Paraíso (HCor)
Hospital do Coração de São Sebastião do Paraíso (HCor) Foto: Arquivo “JS”

Após o Jornal do Sudoeste denunciar há uma semana mobilização articulada pelo secretário municipal de Saúde de Passos, Carlos Eduardo Colorado, para buscar realocar recursos que hoje são destinados ao Hospital do Coração de São Sebastião do Paraíso (HCor) para a Santa Casa de Passos, em ofício assinado pelo provedor da Santa Casa passense, Vivaldo Soares Neto, e encaminhado para a subsecretária de Regulação em Saúde, Wandha Karine dos Santos e ao superintendente regional de Saúde Passos, Luiz Carlos Leite, a instituição definiu por entregar a linha de cuidados da Dor Torácica na Urgência e Emergência ao HCor da Santa Casa de Misericórdia de São Sebastião do Paraíso.
Toda a história que envolveu a polêmica começou com o processo de reclassificação dos hospitais regionais, passando a Santa Casa de Passos a ser habilitada em alguns procedimentos cardiovasculares. Recentemente, segundo informações, Colorado, após reunião com secretários de Saúde da região Passos - Piumhi, teria ido a Belo Horizonte solicitar da Secretaria de Estado de Saúde o remanejamento de cardiologia de São Sebastião do Paraíso para Passos. Porém, teria ficado definido junto a Comissão Intergestora Regional (CIR) que não haveria, por ora, remanejamento de recursos, mas sim um movimento para buscar recursos pertencentes a ambas as instituições em outras regiões.
Em ofício à subsecretária, a Santa Casa de Misericórdia de Passos explicou que está inserida na Rede de Urgência e Emergência, na tipologia Polivalente, que estabelece o acesso às três linhas de cuidados prioritários como AVC, Trauma e Dor Torácica. "Para o atendimento de dor torácica foi necessário o credenciamento da cardiovascular para dar suporte aos atendimentos. Como na região do Polo Passos já havia sido credenciado o serviço de São Sebastião do Paraíso, os recursos financeiros para habilitação do componente cardiovascular para a Santa Casa de Passos foram do teto estadual, não tendo, portanto, recurso novo do Ministério da Saúde", relatou.
Desde modo, a Santa Casa de Passos passou a extrapolar orçamento para execução dos serviços que deveriam ser atendidos em São Sebastião do Paraíso, conforme havia informado à reportagem o interventor da Santa Casa de Paraíso, Adriano Rosa do Nascimento. 
A Santa Casa de Passos disse que foi tentado por mais de um ano junto à SES a solução do problema e, tendo em vista o alto custo desses atendimentos sem ressarcimento e "falta de consenso dos gestores municipais para alocação dos recursos financeiros para abertura dos atendimentos de emergência", decidiu abrir mão desse atendimento que estava sendo realizado no município passense.
"Considerando o impacto na sustentabilidade do hospital, bem como na responsabilidade e compromisso na integralidade da assistência; a alta administração da Santa Casa de Passos definiu por entregar a linha de cuidados da Dor Torácica na Urgência e Emergência no prazo de 30 dias. Dessa forma, o novo fluxo deve ser estabelecido com a Santa Casa de São Sebastião do Paraíso, que detém todas as condições estruturais e assistenciais para o atendimento", completou.
Quando tomou conhecimento da situação, o presidente da Câmara Municipal de São Sebastião do Paraíso foi a Passos para acompanhar de perto reunião que envolveu a CIR, mas embora tenha pedido, na reunião entre gestores de saúde não lhe concederam a palavra.
"Se é assim, daqui a pouco posso sugerir à direção da Santa Casa de Paraíso que traga o serviço de oncologia para Paraíso? Não! O serviço de oncologia é de Passos e a referência é lá. Não se pode em discurso na frente das pessoas e autoridades avançarem de uma forma, defendendo que não é isso que se quer, e nas costas articular e prejudicar um serviço tão importante para a região em Paraíso", acrescenta Moraes.
Para o vereador, esta ação, mais uma vez, demonstra que ao parar o atendimento ao qual são credenciados, a SC de Passos quer sufocar o atendimento na Santa Casa de Paraíso no momento que faltam recursos, na tentativa de querer provar que sem o serviço em Passos nada vai funcionar. "É isso que querem neste momento, levar o quanto pior para a região para serem os salvadores da pátria posteriormente. Tanto Passos quanto Paraíso deveriam sentar-se à mesa e traçar estratégias para sobreviverem juntas e não separadas, ao invés de quererem uma prejudicar o serviço da outra", completa.