A Fórmula 1 está em plena maratona de cinco corridas em seis finais de semana. Foram três seguidas: França, Áustria e Inglaterra, e agora mais duas, Alemanha e Hungria, pra fechar a série antes da parada para as férias de verão na Europa.
O motivo é a extensão do calendário que passou a ter 21 GPs este ano, o maior de todos os campeonatos da categoria desde 1950. E nesses anos todos é a primeira vez que a Fórmula 1 experimentou três corridas em três finais de semana seguidos, uma experiência que não agradou ninguém no paddock, tanto que o Liberty Media, dono dos direitos comerciais da Fórmula 1, já estuda alternativas de evitar que o mesmo ocorra novamente.
Está nos planos dos novos donos da Fórmula 1 ampliar o calendário para 25 corridas nos próximos anos, o que não tem sido bem visto pelas pessoas que trabalham com a categoria. Se é cansativo para os pilotos, vira tortura para os mecânicos montar e desmontar os carros sem tempo pra descansar entre uma viagem (geralmente longa) e outra, sem contar a distância cada vez maior da família.
O excesso de corridas pode não ser saudável até para os fãs. Eu mesmo, sempre programei meus fins de semana de acordo com o calendário da Fórmula 1, mas com o aumento do número de corridas, crescem as chances de não dar pra ver tudo, o que acaba não sendo um bom negócio.
Quem pensa da mesma forma é o chefe da Renault, Cyril Abiteboul, que pede menos provas em prol da valorização do esporte. “Menos corridas tornaria a Fórmula 1 mais valiosa para a audiência”, disse.
Dezoito corridas por ano seria um número ideal. Um GP a cada 15 dias entre março e novembro despertaria mais interesse no público. O excesso pode ser um tiro no pé da própria Fórmula 1 no caso um mesmo piloto passar a ganhar tudo. Que interesse teria esse campeonato?
Mas o que temos pra hoje é o GP Alemanha que desde 2007 tem oscilado no calendário por questões financeiras. Para 2019 já é sabido que a prova não será novamente realizada, assim como não foi em 2017.
O GP da Alemanha é um dos mais tradicionais da Fórmula 1, palco de corridas inesquecíveis, como a primeira vitória de Rubens Barrichello, em 2000, com a Ferrari, na opinião deste colunista uma das conquistas mais emblemáticas da carreira de um piloto. Havia 6 anos e 8 meses que um brasileiro não vencia na Fórmula 1 desde a última vitória de Ayrton Senna, em 93. Rubinho largou da 18ª posição, escalou o pelotão e na parte final da prova foi audacioso em assumir por conta própria o risco de não trocar os pneus de pista seca quando começou chover numa parte da pista. Uma aposta corajosa que deu certo, mesmo aguentando a forte pressão de Mika Hakkinen com a McLaren calçada com pneus de chuva. Quem viu não esquece.
Este será o 63º GP da Alemanha, o 36º no Circuito de Hockenheim, prova que já teve 7 vitórias brasileiras, 3 de Piquet, 3 de Senna, e uma de Barrichello. O recordista de vitórias é Michael Schumacher com 4. E dos pilotos em atividade, Hamilton e Alonso têm 3 vitórias cada, e Sebastian Vettel uma. Vettel lidera o campeonato com 171 pontos contra 163 de Hamilton que acaba de renovar por mais dois anos seu contrato com a Mercedes. Na estatística das equipes, impressiona o número de vitórias da Ferrari: 21, contra apenas 9 da Williams, a que mais ganhou na Alemanha depois da Ferrari. Mas a realidade da Williams hoje é de dar dó.