SAÚDE ANIMAL

Domesticação e função social do gato

Por: Rogério Calçado Martins | Categoria: Saúde | 21-07-2018 13:07 | 1865
Foto: Reprodução

Vejam só, caros leitores, essa ótima visão sobre a posição dos gatos em nossa sociedade:
“Verdadeiro “grilo do lar”, o gato – que deles tem a marca registrada ronronando por vezes de forma tão sonora quanto os grilos e cigarras – é hoje em dia plenamente reconhecido como um animal de companhia. Aliás, em vários países europeus como a França, a Inglaterra, a Alemanha assim como nos Estados Unidos da América do Norte, o gato já ultrapassa o seu amigo cão no coração das pessoas.
Mais autônomo, menos volumoso, o gato possui muitas qualidades para seduzir o ser humano de hoje, apressado, estressado e que encontra no contato com o gato carinho e compreensão, com esse toque de malícia e de imprevisibilidade, que faz o seu charme especial.
Longe dos clichês que fazem do gato o companheiro privilegiado de escritores, dos noctívagos e das mulheres solteiras, os proprietários de gatos são principalmente famílias com dois filhos, morando numa casa com jardim. O gato é acolhido essencialmente por amor aos animais, muito acessoriamente para caçar ratos, e de maneira mais forte para fazer companhia para as crianças.
Enquanto os proprietários de cães se limitam apenas à espécie canina, os proprietários de gatos são frequentemente multiproprietários, que associam ao gato, pássaros ou cães, num mesmo amor pelos animais.
Ainda pouco medicalizado, o gato que muitas vezes foi primo pobre na Medicina Veterinária, vive nos dias de hoje mais atento em relação à sua saúde. Na Europa e nos Estados Unidos, Médicos-veterinários se especializam na Medicina Felina, e criam clínicas felinas. Existem jornais científicos que são unicamente dedicados a essa espécie.
A dedicação ao ser humano, da qual se acreditava ser o gato incapaz há alguns séculos, tornou-se cada vez mais forte e confere doravante ao gato um estatuto similar ao do cão, velho companheiro do homem e primeiro na domesticação.
Além disto, quanto a esta última noção, podemos nos perguntar se a domesticação do gato estará, um dia, concluída. Com efeito, domesticação implica domínio da reprodução. Pois bem, trata-se realmente de um paradoxo a mais em relação ao gato, pois continua a ser também difícil dominar a reprodução dos gatos de raça. A domesticação do gato permanece em um campo inacabado, para o qual temos nós todos, donos e veterinários, o privilégio de participar”.
Esse texto, muito interessante, foi retirado da Enciclopédia Royal Canin do Gato, tradução do original francês da editora Aniwa (Éditeur Aniwa Publishing – Paris – France). O site dessa editora é fantástico: www.aniwa.com (aliás, esse é um super site não só para quem gosta de gatos, mas para quem gosta de animais em geral). Vale à pena conferir.

*ROGÉRIO CALÇADO MARTINS
– médico-veterinário – CRMV/MG 5492
*Especialista em Clínica e Cirurgia Geral de Pequenos Animais (Pós-graduação “lato sensu”)
*Membro da ANCLIVEPA (Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais)
*Consultor Técnico do Site  www.saude animal.com.br
*Proprietário da Clínica Veterinária VETERICÃO (São Sebastião do Paraíso/MG)