PRESÍDIO

Preso vinha sendo torturado e acabou não resistindo

Por: Nelson Duarte | Categoria: Polícia | 04-04-2017 10:00 | 9860
Delegado Leandro Zucoloto
Delegado Leandro Zucoloto Foto: Nelson de Paula Duarte/Jornal do Sudoeste

O presidiário Manoel Tomé da Silva, 33, que foi morto na manhã desta segunda-feira (3/4) vinha sofrendo torturas desde que deu entrada no Presídio de São Sebastião do Paraíso. A Polícia Civil apurou que pelo menos três dos sete detentos da cela 13 onde ele estava preso tiveram participação no crime.
Manoel Tomé da Silva era condenado por estupro de vulnerável em Lagoa da Pedra, Estado do Maranhão e foi preso em São Sebastião do Paraíso no dia 13 do mês passado em cumprimento a mandado judicial.
O delegado Leandro Zucoloto explicou que a cela 13 é destinada a presos que correm risco de morte, a conhecida “cela do seguro”, e Manoel ao dar entrada teria comentado o crime praticado por ele no Maranhão.
“Os detentos têm um código de conduta e veem com maus olhos estupro de vulnerável, e passaram, desde então, a torturar o Manoel”. 
De domingo para segunda ele teria passado “por novas sessões” de tortura e “foi com excesso de violência que o levou à morte”.
Conforme foi apurado pelo delegado Zucolotto, “a intenção dos torturadores não era matá-lo, e sim torturá-lo até o último dia de seu encarceramento”.
Foi lavrado o auto de prisão em flagrante dos presidiários de prenome Washington, Jeifer e Tiago. “Ficou constatado que Tiago aplicou um golpe em Manoel lhe provocando traumatismo craniano (o que poderá será confirmado pela Perícia Técnica em necropsia), e daí em diante tentaram reanimar a vítima, mas sem sucesso”, disse Zucolotto.
Como não deu certo a tentativa de reanimar a vítima, os três quiseram “dissimular o fato”, e segundo delegado teriam torturado outro detento da cela para que ele assumisse a autoria da morte de Manoel.
Os três foram autuados por tortura do  companheiro de cela e de Manoel que não resistiu aos ferimentos e morreu.
Ainda de acordo com o delegado, os agentes penitenciários não tinham conhecimento do que vinha ocorrendo na cela 13.