Pesquisa divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), revelou que o Brasil ainda está longe de cumprir as metas que estabelecem o PNE (Plano Nacional da Educação), que entre elas está o atendimento de 50% das crianças de 0 a 3 anos até 2025. A pesquisa apontou que no país são cerca de 7,6 milhões de crianças entre 0 a 4 anos que não tem acesso a creches e que Minas Gerias é o estado com a segunda maior fila de espera: cerca de 733 mil crianças. No entanto, São Sebastião do Paraíso tem saído na frente ao estar em cumprimento com as metas do PNE e, apesar de ainda ter uma demanda reprimida para atendimento de crianças de 0 a 3 anos, não tem deixado de buscar alternativas para ampliar a atenção à educação infantil.
De acordo com a coordenadora da educação infantil em São Sebastião do Paraíso, Ana Elizabete Carvalho Pádua, a pesquisa realmente aponta a dificuldade de oferta que existe para essas crianças. No município, são oito CMEIs (Centros Municipais de Educação infantil) que atendem ao todo cerca de 730 crianças de 0 a 3 anos, além de duas escolas de ensino fundamental que também atendem crianças de 4 e 5. Segundo a coordenadora, não existe dificuldade para o atendimento dessa faixa estaria, mas o desafio maior é relação as crianças de até 3 anos.
“Existe o Plano Nacional da Educação e em 2015 nós fizemos o nosso plano municipal. A primeira meta previa que o município teria que universalizar a educação infantil da pré-escola até 2016, para crianças de 4 a 5 anos; existe uma lei do governo federal dizendo que é obrigatório esse atendimento e nós cumprimos essa meta porque o município se organizou, nós locamos espaços e hoje a Educação em Paraíso atende a toda demanda que nos procura”, ressalta Ana.
Segundo avalia a coordenadora, toda demanda de 4 e 5 é atendida e se hoje existe criança nessa faixa etária fora da escola ou é por negligência dos pais ou por falta de conhecimento. Com relação as creches, Ana Elizabete explica que os municípios têm até 2025 para atender 50% da demanda, no mínimo, porque é o ano que termina a vigência do Plano.
“Hoje nós atendemos 730 crianças e existe uma fila de espera, que não é grande, mas existe. Isso porque criar creches não é apenas locar um espaço, existe todo um trabalho especial a ser feito. O município já está pleiteando, para essa gestão, dois prédios, um no Alto Bela Vista, para atender toda aquela comunidade e outro no Veneza. Para se ter uma ideia, se tivemos apenas mais um prédio, toda a demanda de 0 a 3 anos já estaria sendo atendida”, conta.
Devido à demanda reprimida que existe a coordenadora explica que há uma assistente social que analisa cada caso, a fim de atender a procura da melhor forma possível. “As mães que não trabalham nós oferecemos vaga em meio período, já as mães que trabalham nós oferecemos período integral. De vez em quando é feito uma busca para saber se o atendimento está sendo realizado de acordo com esses critérios”, diz.
Conforme Ana, geralmente quem procura esse atendimento são as mães que trabalham, mas também há mães que não trabalham. “Nós também temos um olhar muito especial para as crianças em situação de vulnerabilidade e essas nós atendemos de imediato. Também tomamos cuidado para não ter superlotação, para garantir uma qualidade de atendimento e que não seja um espaço estressante para a criança e que seja agradável e propício para o desenvolvimento, porque é esse o objetivo da educação infantil: oportunizar o desenvolvimento. A escola não foi feita para a mãe poder trabalhar, pelo contrário, esse é um direito da criança. O nosso trabalho é muito dinâmico e estamos sempre buscando oportunizar esse atendimento e a administração também tem buscado ampliá-lo”, completa.
REGIÃO
Na região, as prefeituras informaram que a situação está dentro da normalidade e que não tem faltado atendimento para a demanda. Em São Tomás de Aquino, atualmente existe uma creche em funcionamento que atende cerca de 100 crianças entre 0 e 3 anos. Em Jacuí, existe uma creche filantrópica que atende cerca de 65 crianças, podendo chegar a 100 no período da colheita cafeeira.