No que se refere à atuação de jornalistas paraisenses na imprensa nacional, no início da década de 1960, localizamos na hemeroteca digital da Biblioteca Nacional, uma dezena de artigos redigidos pelo jornalista Aníbal Deocleciano Borges (Biba), filho do também jornalista João Borges de Moura, publicados na imprensa do Rio de Janeiro. Assim, além de dirigir e editar o semanário Cruzeiro do Sul, por nada menos que três décadas, entre 1960 e 1990, Biba deixou seu nome na história da imprensa local como correspondente de importantes jornais brasileiros, sempre divulgando os eventos mais notáveis ocorridos no seio da sociedade paraisense. Ao retornar à década de 1960, visando preservar a memória do ilustre jornalista, transcrevemos matéria de sua autoria, tratando da expectativa dos moradores da cidade para a criação de uma Escola Agrícola no município, publicada no Diário Carioca, do Rio de Janeiro, em 17 de julho de 1960:
“Escola de Agricultura - A cidade está ainda comemorando a aprovação do projeto apresentado na Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais, pelo deputado Saulo Diniz, criando a Escola Média de Agricultura de São Sebastião do Paraíso. O estabelecimento será o primeiro o seu gênero em todo o Sul de Minas e receberá o nome do prefeito Manuel Palma Vieira. Todo o projeto para a instalação da Escola deverá estar concluído dentro do prazo previsto pela lei, 150 dias”.
Em 29 de janeiro de 1961, o mesmo Diário Carioca publicou outra matéria assinada pelo Biba, com a seguinte manchete: “São Sebastião do Paraíso agora vê a tevê de São Paulo”, noticiando a melhoria do serviço técnico de retransmissão do sinal de televisão. Os paraisenses estavam vivendo o início de um novo tempo na história da comunicação televisa. Foi destacado que se tratava da primeira vez que se conseguia captar imagens com nitidez de um canal de TV de São Paulo. Como consequência, muitas pessoas correram à principal loja de eletrodoméstico que existia no centro da cidade para adquirir um aparelho, as enormes antes e solicitar a devida instalação.
Em 13 de novembro de 1960, no mesmo jornal do Rio, foi publicado outra notícia redigida pelo jornalista Biba, registrando uma importantíssima honraria recebida pelo ilustre professor Carmo Perrone Naves, conferida pela Sociedade Geográfica Brasileira. O evento histórico ficou registrado então na imprensa nacional nos seguintes termos:
“Professor ganha medalha e diploma. São Sebastião do Paraíso. Por serviços prestados ao magistério, o professor Carmo Perrone Naves, que há mais de 30 anos vem lecionando em estabelecimentos de ensino desta cidade, foi agraciado pela Sociedade Geográfica Brasileira com o Diploma e Medalha “Cândido Mariano da Silva Rondon”. A cerimônia foi realizada no auditório da Rádio Difusora Paraisense e ao ato compareceram várias autoridades e grande número de pessoas. A sessão foi presidida pelo sr. Monteiro Ferraz, juiz de Direito desta comarca, estando presentes à cerimônia os senhores Wander e Abionel Bícego, ex-alunos e apresentadores do nome do homenageado à Sociedade Geográfica Brasileira”.
Para finalizar, outra notícia redigida por Anibal Deocleciano, publicada em 15 de abril de 1962, no referido diário, permite registrar dados históricos do Tiro de Guerra de São Sebastião do Paraíso, que, neste ano, completará um século de marcantes serviços educacionais e de formação cívica prestados à juventude local. Naquele momento, assim se expressou o jornalista: “A cidade está tendo a oportunidade de observar, pelas principais ruas do centro, o garbo em que já se encontra a nova turma do Tiro de Guerra 04-156”, que, na referida data, está sob a direção dos sargentos Guedes e Dornelles.