CRÔNICA DA CIDADE

O silêncio do berrante

Por: Dr. Olavo Borges | Categoria: Cidades | 08-05-2017 16:05 | 2547
Saudoso Tião Borborema
Saudoso Tião Borborema Foto: Nelson de Paula Duarte/Jornal do Sudoeste

Nas quebradas das serras, nos campos verdes, na solidão das pastagens, nas praças, nas ruas não se ouve mais um berrante de som melodioso e triste: morreu “Tião Borborema” deixando seus instrumentos, seu laço e as bombachas gaúchas... além de um lenço branco de adeus.
O folclore paraisense, perde assim, seu último personagem de lídima expressão popular, restando apenas as lembranças desse personagem, simples como a água, mas tão presente em nossas recordações saudosas...
Lado a lado com seu otimismo, sua alegria imensa de viver, seu chapéu boiadeiro, bota do sul, vestindo a gaúcho, lenço no pescoço, “Tião Borbo-rema” tocava seu instrumento como quem declama um poema, dedilha uma canção, vivendo intensamente a emoção de ser feliz!...
O silêncio do berrante deixa uma saudade imensa na solidão dos caminhos, no verde campo das pastagens, na praça, na rua e nas solitárias quebradas das serras.
E se a modernidade a cada dia, abafa a voz dolente dos sinos das catedrais, o soluço do berrante, ainda invoca na retina da saudade, um derradeiro e tristíssimo adeus!...
Adeus para o Tião Bor-borema!...