As desavenças entre Janot e Gilmar mostram uma guerra dentro do Judiciário. Há ministros que avaliam que o procurador está preocupado com sua sucessão no comando do Ministério Público e que estaria “enfraquecido”. Janot costuma criticar o trânsito de Gilmar junto ao presidente Michel Temer. Nos finais de semana, Gilmar costuma se reunir com Temer. Em outras ocasiões, o ministro participa de jantares em sua residência.
O fato é que o clima de guerra está chegando às vias de fato.
Esse momento visceral expõe as entranhas do poder em Brasília
Gilmar Mendes é o retrato falado desse poder.
Mas a fogueira das vaidades arde ainda mais quente quando é citado Sérgio Moro.
Provoca uma série de emoções, dependendo do personagem. Ciúmes, medo, tontura, pavor, inveja, repulsa. Enquanto Gilmar Mendes é o salva-vidas, o último refúgio, a última esperança.
Isso em Brasília, por que no outro país, o Brasil, a situação é o oposto.
Mas a atuação desses personagens se dá numa peça cuja plateia está ávida por um final feliz.
O problema é que o roteiro está sendo construído para agradar a audiência menor e premiar os canastrões.
O perigo é o público se revoltar e derrubar a lona do circo...
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