POLE POSITION

Será que alguém quebra esse tabu?

Por: Sérgio Magalhães | Categoria: Esporte | 14-05-2017 20:05 | 1412
Os pneus médios e duros serão um grande desafio para os pilotos na Espanha
Os pneus médios e duros serão um grande desafio para os pilotos na Espanha Foto: Sergio Magalhães

O GP da Espanha tem uma estatística pouco comum na Fórmula 1. Um desafio para Vettel, Hamilton, Raikkonen, Verstappen, Massa e Alonso de quebrar a sequência de dez anos seguidos que o vencedor não se repete no Circuito da Catalunha. Citei Massa e Alonso por fazerem parte da lista dos dez que venceram a prova nos últimos anos, mas em condições normais de corrida suas chances respectivamente com o FW40 da Williams, e o problemático MCL32 da McLaren são praticamente zero. Quem tem mais chances de quebrar esse tabu é Vettel e Hamilton, líder e vice-líder do campeonato, com Raikkonen e Verstappen correndo por fora.
A série começou em 2007 com Felipe Massa, Kimi Raikkonen em 2008, Jenson Button em 2009, Mark Webber em 2010, Sebastian Vettel em 2011. (A etapa de 2012 merece um parêntese porque o resultado foi uma das maiores zebras da história da Fórmula 1: vitória de Pastor Maldonado com a Williams num campeonato bem atípico em que sete pilotos de cinco equipes diferentes venceram as sete primeiras corridas daquele ano e nem de longe a Williams era um carro competitivo naquela temporada). Fernando Alonso venceu em 2013, Lewis Hamilton em 2014, Nico Rosberg em 2015, e Max Verstappen no ano passado em sua estreia pela Red Bull no lugar do “rebaixado” russo, Danill Kvyat, para a equipe satélite, Toro Rosso.
Para que o tabu continue de pé, apenas Valtteri Bottas que na Rússia venceu sua primeira corrida na Fórmula 1, e Daniel Ricciardo, da Red Bull, reúnem condições de vencer amanhã. Qualquer outro candidato a 11º vencedor diferente além destes, será uma zebra tão grande quanto foi Maldonado.
Tradicionalmente o GP da Espanha abre a chamada fase europeia da Fórmula 1. E por estarem próximas de suas fábricas, é onde as dez equipes do Mundial aproveitam para fazer atualizações em seus carros. Sem exceção, todas trazem novidades para esta corrida, algumas mais como a Mercedes e a Red Bull, outras menos, como a Sauber por dispor de menos recursos financeiros, mas na prática nenhum carro está idêntico ao que começou o campeonato, em março, na Austrália. “É como se o campeonato começasse do zero pra todo mundo”, disse Niki Lauda. 
Apesar de reunir elementos que despertam o interesse pela prova, o Circuito da Catalunha não é uma pista favorável a grandes corridas. Primeiro porque é onde todas as equipes treinam durante a pré-temporada e elas já chegam com um acerto baseado nos muitos quilômetros que percorreram. Segundo porque o traçado de 4.655 metros com curvas de raio longo e outras de baixa velocidade nunca foi fácil de ultrapassar, o que deve ser um complicador a mais este ano com o novo regulamento que deixou os carros mais velozes e com mais pressão aerodinâmica, o que tem sacrificado significativamente as manobras de ultrapassagem. E isso aumenta as chances de o GP da Espanha não entrar para a lista dos melhores do ano. Mas há um outro elemento em jogo que pode até proporcionar alguma surpresa na corrida, sem não dificultar a vida de muitos pilotos: os pneus.
A Pirelli levou para o Circuito da Catalunha os pneus macios (cor amarela), médios (branco) e duros (laranja) e mesmo num asfalto abrasivo e com a temperatura que deverá estar mais quente do que estava durante a pré-temporada, será surpresa, como disse Daniel Ricciardo, se alguém usar os de compostos duros (laranja) durante a corrida. E mesmo os médios (branco) deverão ser complicados de atingir e manter a temperatura ideal de funcionamento. Fora dessa janeira de temperatura os pneus não geram aderência e interfere no desempenho dos carros.
Este será o 47º GP da Espanha, o 27º em Montmeló, bem próximo a Barcelona. Michael Schumacher foi quem mais venceu a prova (3) e fez mais poles (7). Entre as equipes a Ferrari é a maior vencedora (12) e a que obteve mais poles (13). E numa temporada em que nas quatro etapas disputadas o vencedor não largou nenhuma vez da pole position, vale observar outra estatística do Circuito da Catalunha que em 26 corridas, dede 1991, o vencedor partiu da pole 18 vezes, cinco vezes de 2º, e uma vez de 3º, 4º e 5º respectivamente.  
“Todos os dias, todas as horas e em todo lugar, te amo, mãe. Parabéns pelo seu dia e de todas as mães”!