Primeira coisa que devemos saber sobre um animal idoso é: o envelhecimento não é doença!! Isso porque, geralmente as pessoas têm a mania de rotular geriatria como enfermidade, o que é incorreto.
O que realmente acontece é uma correlação natural do aumento da idade com o aumento das incidências de disfunções orgânicas que resultam em doenças crônicas comuns em animais idosos. A idade em si não constitui um distúrbio que necessita tratamento com qualquer tipo de medicamento.
Apontam que os animais senis possuem uma distribuição e uma sensibilidade alterada às drogas, o que aumenta as chances de surgimentos dos efeitos colaterais indesejáveis. A terapia com drogas para idosos deve ser sempre adaptada estrategicamente para cada indivíduo, respeitando sua idade e suas condições fisiológicas.
O ideal é que a terapia medicamentosa seja baseada em um diagnóstico, e que esse seja o mais preciso quanto possível, estando o Médico-veterinário e o proprietário cientes de quaisquer alterações que o paciente possa ter, causadas por doenças pré-existentes - se essas existirem, como a diabetes ou as cardiopatias, por exemplo - e que individualmente venham a potencializar os efeitos benéficos ou mesmo os colaterais do medicamento escolhido.
Porém, a identificação pura e simples de que o animal é "idoso" não proporciona informações suficientes para o Médico-veterinário maximizar o efeito de uma droga e minimizar sua toxicidade. É preciso que o Médico-veterinário esteja atento ao quadro clínico e físico de seu paciente e conheça profundamente as vias de administração, distribuição corpórea, efeitos e meio de eliminação da droga usada e prescrita. Esses parâmetros variam de medicamento para medicamento e também de paciente para paciente, confirmando assim a É necessário uma conscientização dos efeitos do envelhecimento do animal em relação ao efeitos dos agentes terapêuticos em Medicina Veterinária e isso deve ser levados em consideração pelo Clínico Veterinário responsável pelo atendimento do paciente idoso.
Dos conceitos teóricos serem de grande importância e ajudarem a racionalizar uma terapêutica ideal, somente o resultado de uma boa história clínica, exame físico detalhado e, se possível, auxílio laboratorial, feitos pelo Médico-veterinário poderão determinar o possível sucesso da terapia.
Todos os Médicos-veterinários que atendem pequenos animais têm a obrigação de esclarecer e auxiliar os proprietários das mudanças que ocorrem devido a senilidade, e também quais as mudanças necessárias no manejo desses animais para que tenham qualidade e conforto durante essa etapa da vida.
*ROGÉRIO CALÇADO MARTINS – médico-veterinário – CRMV/MG 5492
*Especialista em Clínica e Cirurgia Geral de Pequenos Animais (Pós-graduação “lato sensu”)
*Membro da ANCLIVEPA (Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais)
*Consultor Técnico do Site www.saude animal.com.br
*Proprietário da Clínica Veterinária VETERICÃO (São Sebastião do Paraíso/MG)