SÃO TOMÁS DE AQUINO

Família Gabriel da Silva, tradição no registro público aquinense

MEMÓRIA AQUINENSE - 2 de julho de 2002
Por: Selma Braia | Categoria: Acidente | 17-05-2017 08:05 | 2943
Walter Gabriel e esposa Ana Luiza
Walter Gabriel e esposa Ana Luiza Foto: Reprodução

São Tomás de Aquino completa mais um ano de vida no próximo dia oito de julho, e um dos contemporâneos dela é o Cartório de Registro Civil e anexos, que de uma forma ou de outra foi, é, e sempre será presença fundamental no desenvolvimento de nossa cidade. Por terem crescidos juntos, não podemos deixar de apresentar ao mais tradicional Oficial do Registro Civil desta cidade, o Sr.Walter Gabriel da Silva, nossos protestos de mais elevada estima e máxima consideração, pois no dia cinco de dezembro de mil novecentos e quarenta e seis (05/12/1946), ele começou a praticar os atos notariais e de registro no município. 
Daí em diante a família Gabriel da Silva nunca mais abandonou a profissão. Natural de São Tomás de Aquino, filho de José Gabriel da Silva e de D.Maria Cândida de Jesus, vindos do Estado da Bahia, Walter Gabriel da Silva veio à luz aos quatro dias do mês de novembro de mil novecentos e dezenove.
Cresceu no Fundo do Pito, foi agricultor, comerciante, casou-se com a dona Ana Luiza. Foi secretário da Junta do Serviço Militar e Eleitoral. Tornou-se Serventuário da Justiça quando o Cartório ainda era ao lado da Igreja (atual residência do Sr.Joaquim Moura). De lá mudou-se com os seus livros de registro para a rua Antonio Matias (casa do Schimitid), onde vários assentos foram feitos. Daí, com sua caneta-tinteiro, Waltinho foi lavrar suas notas na Praça Cônego Tomás (casa dos Brigagão), e finalmente instalou-se na rua Alves de Figueiredo, 429, onde aposentou. De seu matrimônio com  Ana Luiza, gerou-se seis filhos: Marli, José, Inez, Célio, Cida e Walter.
E como a tradição não podia acabar, um de seus filhos resolveu seguir os passos do pai. José Francisco da Silva (o Zecão), herdou os dons do pai, e há trinta anos vem demonstrando que nasceu mesmo para o ofício. Com jeito bem humorado, às vezes estourado, dotado de toda fé existente, até da fé pública, criado à imagem e semelhança do velho.
Atualmente, antigos ainda sobem aquela escada à procura do Sr.Walter, e, orgulhoso, Zecão, faz questão de dizer que é filho dele.
O Cartório continua o mesmo, com as mesmas mesas, as antigas máquinas de datilografar não perderam seus lugares para a informática, os livros amarelaram um pouco, a secretária é outra. Subindo aqueles degraus, encontramos registros de pessoas que o subiram há anos, ou para casar, ou que felizes, registraram uma criança que acabara de nascer, ou aos prantos deram adeus a algum ente querido declarando seu óbito.
Arquivado naquele mesmo cômodo está o patrimônio dos aquinenses, a cidade está lá dentro, transcrita em matrículas que caracterizam cada imóvel existente. O registro de títulos e documento, o protesto de títulos executivos extrajudiciais e a lavratura de escrituras também são feitos pelo Zecão.
Grato pela hereditariedade, José Francisco, ainda debate sobre o assunto com o seu pai, e faz de tudo para que o Cartório seja sempre como foi, afinal de contas não é qualquer pai que deixa um patrimônio desse para o filho. Já até ouvi dizer que tem um dos netos de olho no ofício. 
Samuel Coimbra Gabriel da Silva