Olhando para trás, para o que eu já fiz, já escrevi, ou já disse, pode parecer que sou um grande vira-casaca: à época de estudante saí ás ruas, enfrentando bombas e cassetetes, contra a ditadura; há alguns anos escrevi uma crônica elogiando o ditador chileno General Augusto Pinochet, que governou seu país por 26 anos.
Já votei no Collor e depois escrevi contra ele. Já votei até no Lula... E nem preciso dizer hoje o que penso dele! Quando Michel Temer assumiu, após o impeachment da Sra. Dilma, fiz um artigo com uma ligeira biografia dele, com votos de que tivesse um razoável meio-mandato. Hoje o que desejo é vê-lo pelas costas, para que entre - enfim! - alguma pessoa honesta no Palácio do Planalto.
Na verdade, eu me defino como um cavaleiro da esperança, uma pessoa que se recusa a achar que as coisas estão ruins e vão piorar mais. Não. Eu penso que a situação no momento não está boa e que o atual Presidente não se mostrou à altura do cargo; que traiu a confiança do povo e dos partidos que lhe deram apoio; que traiu, por ganância, principalmente, a si mesmo. Mas, sei que tudo isso é circunstancial, porque o Brasil tem um território imenso, relativamente plano, correspondente a vinte Japões, um clima magnífico e o melhor potencial turístico do mundo. Do que precisamos mais, além de bons governantes, que estimulem o povo a trabalhar e estudar?
Não tenho cor partidária, nem mesmo sou um adepto da democracia. Se aparecesse um rei para o Brasil, que fosse inteligente, forte, honesto e competente, eu o aplaudiria de pé e me tornaria monarquista. Se surgisse um Pinochet, aquele mesmo que é tachado pelos chilenos como ditador duro - esquecendo-se que ele pegou um paizinho que parece uma fita margeando o Oceano Pacífico, e o colocou na mesma escala de desenvolvimento dos países do Primeiro Mundo - eu sairia novamente às ruas a favor da ditadura. Enfim, o que quero é o melhor para o Brasil, para o povo brasileiro, que está cansado de ver nos noticiários corrupção, falta de uma liderança autêntica e um país - que tem tudo para ser o melhor do planeta - sempre tachado como Terceiro Mundo e servindo de escárnio para os grandes jornais europeus e norte-americanos.