Há alguns dias, gôndolas no setor de verduras de alguns estabelecimentos em São Sebastião do Paraíso passaram a receber produtos “Folha Bela” que têm chamado à atenção não apenas embalagem biodegradável, mas pelo aspecto da rúcula e variedade de alfaces que são diferenciados. Mais que agradar aos olhos têm agradado a paladares exigentes, pela textura e sabor.
Na Fazenda Campo Alegre, a 1050 metros de altitude no município de São Sebastião do Paraíso, fruto da visão empreendedora do casal, o engenheiro agrônomo Mauro Westin e sua mulher Rosimar Gonçalves Westin, iniciou-se o cultivo de verduras pelo sistema de hidroponia, técnica de cultivar plantas sem solo, onde as raízes recebem solução nutritiva e balanceada contendo água e nutrientes. Inicialmente, alface e rúcula, e dentro em breve, agrião.
Mauro explica que no início a vontade era plantar produtos orgânicos. Ele e Rosimar começaram a pesquisar, no entanto tiveram dificuldade em conseguir boas informações para desenvolver a cultura e também assistência técnica.
“Resolvemos plantar tomates, plantio protegido, hidroponia no vaso. Começamos a estudar, pesquisar até que uma pessoa de São Carlos sugeriu a hidroponia de folhas e nos interessamos. Fomos visitar o cinturão verde de São Paulo, em um congresso em Santa Catarina, a Holambra, e concluímos que a hidroponia de folhas pode ser produzida o ano todo com segurança, um produto com melhor qualidade que o convencional, pois o uso de fertilizante é muito menor, e defensivos até agora não precisamos usar”, conta Mauro Westin.
Outro passo dado foi a escolha das espécies a serem produzidas, e resolvemos ter nossa própria estufa, por facilitar quanto às variedades e o tamanho das mudas a serem levadas para a hidroponia, salienta. Atualmente são produzidas alfaces minilisa, miniromana roxa, espécies desenvolvidas por empresa holandesa (produtos diferenciados) além da mimosa e lisa convencionais, alfaces especiais, sabor espetacular, crespa comum.
O engenheiro Mauro Westin observa que “todo produto hidropônico comparativamente tem sabor mais autêntico que a verdura de terra, um paladar mais acentuado. Quem experimenta essa linha nota que realmente tem paladar diferenciado”, diz.
Dentre as alfaces, uma que tem sido preferida pelos consumidores é a roxa, variedade especial, cruzamento de alface crespa roxa com a espécie americana, alface crocante, que fecha a cabeça e tem um porte grande, desenvolvida pelo professor da UFSCAR – Fernando Sallas.
Nessa época do ano, do semeio à produção são 50 dias para serem colhidas. Geralmente, são no mínimo 30 a 35 dias de estufa e mais um mês na hidroponia. “Não sei se por questão climática em nossa região, localização, altitude. A ensolação é muito boa, e esses fatores têm colaborado para a precocidade, tanto no viveiro quanto na hidroponia”, explica, ao dizer sobre a produção diária entre 450 a 500 pés de alface que já no próximo lote deverá chegar a 740 pés tendo em vista o crescente aumento de vendas.
A meta é expandir, e há potencial para se ficar entre 800 até 900 pés, e rúcula, em igual número. Nos próximos dias também deverá estar nas gôndolas o agrião “Folha Bela”. “Nossa linha de produtos hidropônicos não é para concorrer com os de chão, tanto que na maioria das lojas em Paraíso (pontos de venda), estão juntos. A grande vantagem é que não tem contato com insetos, animais, com parasitas de solo, é produto completamente limpo, além serem diferenciados pela embalagem biodegradável e sustentabilidade que tem do uso da água, controle de nutrição, segurança por ser plantio protegido”, conclui Mauro Westin.
Serviço:
Produtos “Folha Bela”, Cultura Hidropônica, são encontrados no Sacolão Center, Tonin Loja 1 e Atacado, Dadá da avenida Oliveira Rezende.