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Tarcio Candiani: Um expert no ramo da Informática

Por: João Oliveira | Categoria: Entretenimento | 30-07-2017 11:07 | 2889
Tarcio Candiani é proprietário da Conecta Informática
Tarcio Candiani é proprietário da Conecta Informática Foto: João Oliveira/Jornal do Sudoeste

O empresário e especialista em Informática, Tarcio Candiani, é um profissional respeitado que sempre buscou se aperfeiçoar e se tornar o melhor em sua área de atuação. Com modéstia, diz que tem uma vida normal e uma história comum, mas chegou a estabilidade que tem hoje graças ao seu trabalho e esforço. De origem humilde, filho de Olívio Candiani, já falecido, e de Lídia Varela Candiani, tem dois irmãos: Cláudio, mais velho, e a Ligia, mais nova. Tarcio nasceu, foi criado e constitui sua família em Paraíso. 
É casado com Jucelia Candiani e pai da jovem Beatriz, de 14 anos, e da pequena Amanda, de sete. Proprietário da Conecta Informática, foi acompanhando a evolução da informática e se especializando cada vez mais na área que hoje Tarcio é conhecido e tido como uma dos melhores no seu ramo.




Jornal do Sudoeste: Sua família é bem tradicional em Paraíso...
Tarcio Candiani: Somos descendentes de italianos, a família já está em sua sexta geração, mas já se espalhou bastante; até a terceira geração, que é a geração do meu pai, os Candianis eram bem conhecidos porque a cidade era pequena. Meu pai era lenhador, tinha um caminhão de lenha; minha família é uma família simples e tudo o que conseguimos não veio de herança, foi com muito esforço. Hoje já tenho um nome bom na minha área, tenho parceria com várias empresas grandes, as coisas foram acontecendo e fui correndo atrás.




Jornal do Sudoeste: Você tem boas recordações da infância?
Tarcio Candiani: A minha vida foi muito boa, não há nada que tenha sido ruim a ponto de me marcar. Todo mundo tem problema na vida, eu perdi meu pai já faz 22 anos, são coisas ruins que acontecem, mas faz parte do dia a dia. A minha infância foi muito simples, mas acho que essa foi a grande vantagem dela;  eu brincava na rua, me recordo que tinha uma máquina de limpar arroz no fundo da minha casa e a gente pulava o muro para brincar na palha de arroz; pegávamos passarinhos para depois soltar e ver aquela revoada; brincávamos na rua à noite, não tinha movimento de carro. Eu sou de 1968, minha infância começou com liberdade por volta de 1975 e depois entrou na década de 80 que pra mim foi a década de ouro: música era boa, não tinha violência como nós vemos hoje e os pais não precisavam ficar na rua olhando a gente brincar.




Jornal do Sudoeste: Foi uma época saudável?
Tarcio Candiani: Sim. Estudei no Comendador João Alves, na Vila Marina, na época era um grupo novo. Nós respeitávamos o professor, a bagunça era saudável, o ensino bom. Quando íamos assistir televisão, a programação era saudável, ao contrário do que vemos hoje de modo geral. Meu pai tinha um caminhão de lenha, eu ia para a roça com ele, ia ver bicho e ficava enfiado no meio mato. Minha infância foi muito boa, não há nada que eu lembre com tristeza ou que eu tenha tido vontade de ter e não tenha conseguido.




Jornal do Sudoeste: Você tinha sonhos?
Tarcio Candiani: Sim. Na década de 80, quando estava entrando na adolescência, eu gostava muito de trem e meu sonho era ser maquinista. Morávamos perto da Estação e meu pai, inclusive, foi fornecedor de lenha e dormentes para a Fepasa; eu e meu irmão sempre tivemos contato com a ferrovia e meu sonho à época era ser maquinista; não deu por uma série de fatores: tinha que morar fora entre outras questões. Mas cultivo até hoje esse sonho de infância no modelismo e agora estou fazendo minha inscrição da Associação Brasileira de Preservação Ferroviária e tenho amigos que são desta associação; era um sonho ser maquinista da Fepasa. Logo que fiz 18 anos, me alistei no Tiro de Guerra e é outra saudade que eu tenho dessa época; quis também ir para o Exército, mas acabou que eu não fui e não ficou a frustração porque eu sou muito caseiro, gosto de Paraíso, detesto que falem mal da nossa cidade, do nosso país; sou patriota e gosto da nossa terra, sou muito bairrista.




Jornal do Sudoeste: Como foi sua formação acadêmica?
Tarcio Candiani:  Minha formação é quase toda aqui. Graduei-me em Ciências Contábeis, mas nunca trabalhei na área. Eu fiz esse curso porque na época era o que eu tinha condições de pagar, não tinha como morar fora, minha família simples; a gente nunca passou necessidade, mas também não tivemos luxo, não tínhamos carro, por exemplo. Eu ganhei bolsa na época e o que deu pra fazer foi Ciências Contábeis. Nessa época eu já trabalhava com informática, comecei em 1987, tinha 19 anos, no ano que fiz o Tiro de Guerra. Eu comecei a trabalhar na Sport Center, uma loja já bastante tradicional em Paraíso, assim que ela abriu, onde eu permaneci até 1993, trabalhava na parte de lançamentos de notas. Em Paraíso só havia Contabilidade e Administração, este último achei meio vago à época dentro do contexto que eu estava, então optei por estudar contabilidade, no entanto, acabei saindo da loja antes de me formar e nunca atuei na área (risos).




Jornal do Sudoeste: E o que você fez em seguida?
Tarcio Candiani: Fui tomar conta de um posto de gasolina, que foi do meu avô e depois passou para um tio e um primo, mas era um local muito mal situado e de estrutura antiga que na época já não atendia às necessidades, o antigo Posto São Carlos, que ficava na esquina da rua Tiradentes com a Oliveira Rezende, acabou fechando. Após isso fui trabalhar em uma fábrica de sapatos e posterior a isso na Will Sat, que montava antena parabólica, era de um tio meu, inclusive, fiquei cerca de quatro anos. Quando eu ainda trabalhava com ele, a noite eu dava aula em escola de informática. Dei aula na Prompt Informática e posterior a isso na People, que foi uma escola de informática bem famosa na época, no final dos anos 90.




Jornal do Sudoeste: As coisas foram acontecendo?
Tarcio Candiani: Sim. Quando estava na People eu dei aula em Paraíso, em Itaú de Minas, em São Tomás de Aquino e na Fábrica de Cimento Itaú, onde fiz alguns treinamentos mais específicos. Na época a Faceac ficou sabendo do meu trabalho e me chamou para dar aulas. Fiquei lá de 2000 a 2011, e cheguei a fazer uma pós-graduação em Sistema de Informação, que era a matéria que eu dava aula e era a área que atuava. Nesse período, no início de 1998 eu sai da Will Sat e comecei a trabalhar por conta própria, como técnico de manutenção e comecei a fechar alguns contratos de manutenção com empresas.




Jornal do Sudoeste: Como surgiu a Conecta?
Tarcio Candiani: No início de 1998 eu sai da Will Sat e comecei a trabalhar por conta própria, como técnico de manutenção e comecei a fechar alguns contratos de manutenção com empresas, o primeiro deles o escritório de contabilidade Pessoni, que está comigo até hoje; outras empresas foram surgindo e o negócio foi crescendo. Até 2002 eu trabalhei como autônomo, foi quando eu abri a Conecta Informática. Com a Conecta começou a surgir clientes que foram me abrindo portas. Ainda em 1998 eu vi que para mim o ideal era trabalhar com empresas, que era algo que eu gostava mais de fazer, por se tratar de um trabalho mais profissional e padronizado, diferente do usuário doméstico onde cada um gosta de uma coisa e cada computador é de um jeito. Já na empresa é tudo mais padronizado e você consegue desenvolver normas e protocolos para atender aquelas necessidades e atender com mais qualidade. 




Jornal do Sudoeste: E por que você decidiu se dedicar a informática?
Tarcio Candiani: Era um mercado em expansão. Em 1987 eu comecei na informática fazendo controle de estoque, que era o básico na época. A internet tinha começado em Paraíso um ou dois anos antes. Poucas empresas tinham acesso, e geralmente eram as grandes empresas, as pequenas estavam começando a comprar computador, que na época era o XT, os primórdios do computador e que era uma máquina viável para trabalhar. Quando trabalhei na Sport Center, de 1987 a 1993 eu fiquei responsável por essa parte de informática. No Posto onde trabalhei não era informatizado e fiquei dois anos sem ter contato com essa área, mas voltei a trabalhar com isso quando comecei na Will Sat; em 1998 eu vi que era isso que eu queria fazer, porque esse mercado estava se expandindo. Quando comecei a trabalhar com informática em Paraíso, éramos muito limitados; se você tinha um problema e não sabia resolver, não tinha onde buscar e não havia internet. Eu tinha um primo em Belo Horizonte que me auxiliava e tinha um suporte contratado, então as coisas levavam meses para se resolver. Hoje em dia você entra na internet e há inúmeros fóruns que te dá essa informação.




Jornal do Sudoeste: Além do trabalho, o que você mais gosta de fazer?
Tarcio Candiani: Meu esporte é o montain bike. Por conta da minha infância conectada na natureza eu gosto de estar no meio do mato praticando o montain bike. Eu nunca cheguei a competir, mas estou sempre avaliando os meus parâmetros e buscando progredir, mas não com a paranoia de ser o mais rápido ou mais forte, mas sempre de estar me superando. Meu outro hobby é a fotografia, eu montei meu equipamento e é algo que eu gosto muito de fazer também, além de colecionar miniatura de trens, mas é um hobby que precisa de muito espaço. 




Jornal do Sudoeste: Qual o balanço que você faz desses 49 anos?
Tarcio Candiani:  São 49 anos muito bem vividos. Temos os percalços na vida; eu tive um problema de coluna com 25 anos, que me deixou praticamente dois anos impossibilitado, mas me lembro disso como uma oportunidade para aprender mais. Você toma alguns empurrões da vida e sempre sai melhor do outro lado e comigo sempre foi assim. A minha vida foi excelente. Minha família é muito boa, casei bem; minhas escolas públicas sempre foram muito boas; me dei bem na faculdade e depois fui dar aula na faculdade onde estudei; fui orientador de TCC na área ambiental, que não tem nada a ver com a minha área de atuação, mas que me fez estudar para ajudar o aluno que precisava dessa orientação e, em um desses TCCs,  tivemos até uma premiação. Quando eu fiz o TG eu tinha medo de não ser aceito ou ser capaz de exercer aquelas atividade e por fim, fizemos recentemente uma reunião de 30 anos; ficou aquela amizade e aprendemos muita coisa nessa época. Eu saí de uma condição de vida simples, consegui montar meu próprio negócio, apresentar meu trabalho e ser respeitado e reconhecido por isso. Uma vida simples, cheia de desafios, mas passei por todos e aprendi com todos eles.




Jornal do Sudoeste: Planos?
Tarcio Candiani: Eu não tenho ambição e não vivo pelo dinheiro. Eu quero viver bem, e a única coisa que eu ainda quero da vida e é um objetivo é formar minhas filhas. No dia que elas estiverem com suas vidas encaminhadas eu estarei completamente realizado. O que acontecer além disso, é lucro, a minha vida é muito boa.